Café da Manhã
Em queda

Café da Manhã Em queda

Os mercados accionistas seguem em quedas acentuadas, com os investidores a continuarem a afastar-se dos activos de risco, entre receios de uma recessão.

Países de todo o mundo ameaçam retaliar as tarifas norte-americanas, iniciando uma guerra comercial com os Estados Unidos, com as tarifas globais do presidente Donald Trump a gerarem receios de grandes aumentos de preços no maior mercado consumidor do mundo.
O principal economista do JP Morgan disse que as tarifas anunciadas pela administração Trump sobre os parceiros comerciais dos Estados Unidos irão provavelmente empurrar os Estados Unidos, e talvez a economia mundial, para uma recessão em 2025, se se mantiverem em vigor.

Os mercados accionistas norte-americanos negociaram ontem em fortes quedas, seguindo o caminho deixado pelas praças asiáticas e europeias, após o anúncio no final do dia anterior, de uma subida de tarifas universais com um mínimo de 10%, mas acima desse nível para muitos dos seus parceiros comerciais, como a China e a Zona Euro, que sofreram tarifas de 34% e 20% respectivamente.
O ajustamento drástico da política comercial desencadeou atualizações nas previsões económicas por parte de muitas empresas financeiras, com os economistas a apontarem para o aumento da inflação e para os riscos de recessão.
As empresas do S&P 500 perderam um total de 2,4 mil milhões de dólares em valor de mercado, nas perdas desta quinta-feira em Wall Street, a maior perda de valor num dia desde a pandemia do coronavírus que fez os mercados globais entrarem em colapso a 16 de Março de 2020.
O índice Dow Jones perdeu 3,98%, o S&P 500 4,84% e o Nasdaq 5,97%. O índice de pequenas empresas Russell 2000 perdeu 6,55% liderando as perdas.

Na Ásia, o último dia da semana terminou de novo em fortes perdas, levando os mercados para mínimos de dois meses, com os investidores a voltarem as costas aos activos de risco.
No Japão, o índice Nikkei caiu mais 2,80% e o Topix 3,37%.
Na Austrália, o índice ASX 200 perdeu 2,44% e o Kospi, da Coreia do Sul, 0,86%.
Na China, o índice CSI300 recuou 0,59%, o Shanghai Composite 0,24% e o Hang Seng 1,52%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a cair 1,52% e o Sensex 1,00%.

Na Europa, o último dia da semana está também a continuar a negociar em perdas acentuadas, pelas razões sobejamente conhecidas.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a cair 1,85%, tanto quanto o Euro Stoxx 50.
Na Alemanha, o índice DAX cai 1,90% e o CAC 40, de França, 1,60%.
No Reino Unido, o índice FTSE100 perde 1,40%.

No mercado cambial o dólar continua a perder face às demais divisas, entre receios de que a actual política comercial vá ter como resultado uma recessão.
O dólar está a começar o último dia da semana a recuperar dos mínimos registados ontem, com o índice DXY a negociar a negociar de momento em torno de 102,00, após o mínimo de 101,00 de ontem.
O EUR/USD segue de momento a negociar em torno de 1,1000, após o máximo do ano atingido ontem a 1,1146.
O iene segue a negociar em fortes ganhos, continuando impulsionado pelo seu papel de moeda de refúgio. O USD/JPY segue de momento a negociar a 146,40 e o EUR/JPY a 161,00, depois de já terem registado mínimos de 145,20 e 160,10, respectivamente.
A libra esterlina está hoje a recuar dos máximos registados durante o dia de ontem. O GBP/USD cota de momento abaixo de 1,3000, face a máximos de ontem a 1,3200, e o EUR/GBP segue em torno dos máximos do ano, a 0,8460, após mínimos de 0,8300 registados ontem.
O porto seguro dado pelo franco suíço está a levá-lo para ganhos, que segue de momento a negociar face ao dólar a 0,8555 e face ao euro a 0,9410.

Os preços do petróleo registaram ontem fortes perdas, após a decisão de oito países da OPEP+ em avançar com o plano de eliminar gradualmente os cortes de produção, aumentando a produção em 411 mil barris de petróleo por dia no próximo mês de Maio. Os preços acabaram a perder ontem cerca de 7%, pressionados ainda pela decisão do aumento global de tarifas sobre todos os produtos à entrada nos Estados Unidos, que estão a levar os investidores e o mercado a acreditarem na possibilidade de uma recessão.
Os preços continuam hoje em queda, com o preço do Brent a negociar a $68,00 por barril e o WTI a $64,80, um mínimo de mais de três anos para o Brent e de dois anos para o WTI.

Bom fim-de-semana!


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