Café da Manhã
Gaza, Trump e inflação
Os mercados acionistas voltam a avançar, enquanto o dólar recua pela primeira vez este ano, entre avanços nas negociações em Gaza e em tarifas progressivas de Trump, enquanto os investidores aguardam pelos dados da inflação nos Estados Unidos.
Segundo a Reuters, as negociações para um cessar-fogo em Gaza avançaram com Joe Biden a dizer que as partes envolvidas estavam prestes a chegar a um acordo. Embora o acordo inclua a libertação de 33 reféns e a retirada gradual das tropas israelitas, falta ainda um plano concreto para a futura governação de Gaza.
Ontem, a comunicação social noticiou que, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação, os membros da equipa económica de Trump estão a propor um aumento gradual das tarifas mês após mês para evitar um pico na inflação. Já na semana passada o Washington Post noticiou que as tarifas seriam menos abrangentes do que o inicialmente referido por Donald Trump durante a sua campanha eleitoral, o que acabou mais tarde por ser desmentido pelo próprio.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a primeira sessão da semana mistos, após terem andado a negociar em perdas durante todo o dia. Os investidores aguardam esta semana pelos dados da inflação e ainda pelo início da época de resultados empresariais que irá começar com a divulgação dos números dos maiores bancos norte-americanos.
O índice Dow Jones terminou o dia a ganhar 0,86%, o S&P 500 a avançar marginalmente 0,15%, enquanto o índice tecnológico Nasdaq recuou 0,39%. O índice de pequenas empresas Russell 2000 avançou 0,23%, enquanto o índice do medo VIX recuou dos ganhos iniciais e terminou a recuar 1,8%.
Esta noite, após as notícias de uma possível abordagem gradual das tarifas, os mercados acionistas asiáticos negociaram em terreno positivo, com excepção das acções nipónicas que voltaram de um fim-de-semana prolongado.
Na China os principais índices lideraram os ganhos, com o CSI300 a subir 2,63%, o Shanghai Composite 2,53% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,83%.
Na Austrália, o ASX 200 avançou 0,48% e o Kospi, da Coreia do Sul, 0,31%.
No Japão, o índice Nikkei perdeu 1,92% e o Topix 1,16%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a avançar 0,46%.
Na Europa, os principais índices estão também a começar o dia em terreno positivo, em mais um dia despido de indicadores económicos, onde as atenções se centram nos indicadores norte-americanos, nomeadamente o índice de preços no produtor a divulgar antes da abertura de Wall Street.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a avançar 0,55% e o Euro Stoxx 50 0,98%.
Na Alemanha, o índice DAX ganha 0,62% e o CAC 40, de França, 0,87%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 segue de momento praticamente inalterado (+0,06%).
No mercado cambial, o dólar recuou após a notícia do aumento gradual das tarifas, continuando no início do dia de hoje a recuar, enquanto aguarda pelos dados da inflação à porta das fábricas.
O índice do dólar DXY recua pela primeira vez ao fim de seis sessões, negociando de momento a 109,35, afastando-se do máximo dos últimos dois anos a 110,00 atingidos ontem, enquanto o EUR/USD negocia a 1,0255, recuperando do mínimo do ano atingido logo nas primeiras horas desta semana a 1,0177.
A libra recua também dos mínimos registados ontem, com o GBP/USD a negociar de momento em torno de 1,2200 e o EUR/GBP a 0,8400.
O iene japonês recuperou ontem dos recentes mínimos do ano, mas começa o dia de hoje a voltar a negociar em perdas, com o USD/JPY a negociar de momento a 157,80 e o EUR/JPY a 161,80.
O franco suíço segue a negociar em torno dos recentes níveis, com o USD/CHF a cotar de momento a 0,9150 e o EUR/CHF a 0,9395.
Os preços do petróleo estabilizaram ontem em torno dos recentes máximos, com as notícias das negociações de um cessar-fogo em Gaza, entre o Hamas e Israel a levarem a um abrandamento das tensões geoestratégicas. As sanções recentes colocadas à Rússia por parte dos Estados Unidos continuam, no entanto, a impulsionar os preços do petróleo.
O Brent segue de momento a negociar a $81,00 por barril e o WTI a $79,00.