EUR/USD
Semanal
Mais uma semana e mais um novo mínimo para o EUR/USD dos últimos dois anos, com o par pressionado após os dados do emprego nos Estados Unidos terem saído bem acima do esperado.
O EUR/USD atingiu um mínimo de 1,0210, após os números dos nonfarm payrolls terem mostrado que a economia norte-americano tinha adicionado 256 mil novos postos de trabalho em Dezembro, um número bem acima dos cerca de 155 mil esperados pelos mercados e com a taxa de desemprego a cair inesperadamente de 4,2% para 4,1%.
Anteriormente já o ISM PMI da actividade de serviços, os números de novas vagas de emprego e ainda os novos pedidos de subsídio de desemprego, todos acima das expectativas dos mercados, tinham levado as yields das treasuries para para máximos de mais de um ano, yields essas que dispararam ainda mais após os dados dos nonfarm payrolls.
As minutas da última reunião da Fed não trouxeram nada de novo ao mercado, já que se limitaram a confirmar que o Fed segue cauteloso no seu ciclo de cortes de taxas de juro, mas reflectiram a vontade da FOMC de seguir com as projecções divulgadas quando da decisão de taxas.
A FedWatch Tool da CME terminou a semana a mostrar que os mercados de futuros de taxas de juro apontam agora para a probabilidade de apenas um corte de taxas de juro por parte do Fed lá mais para o Verão, fazendo chegar um novo impulso ao dólar e continuando a pressionar a EUR/USD.
Do lado da Zona Euro, a inflação não surpreendeu o mercado, saindo em linha com o esperado tanto pelo mercado como pelas anteriores projecções do Banco Central Europeu.
Esta semana será a vez de termos a divulgação dos dados dos preços nos Estados Unidos. O Fed mostrou que segue de novo mais preocupado com a evolução da inflação do que com o emprego, na medida que este continuou a mostrar-se resiliente.
Por parte da Zona Euro, iremos ter a divulgação das minutas da última reunião do BCE. Tal como sucedeu com as da Reserva Federal, se confirmarem apenas que o banco central irá continuar o ritmo do seu ciclo de corte de taxas de juro, não irão trazer nada de novo ao mercado e não serão nenhum evento impactante para o curso do EUR/USD.
Falando em eventos impactantes poderemos ter mais alguma notícia em torno de Donald Trump, ou melhor, na sua futura política externa tanto a nível geoestratégico, como principalmente de comércio externo.
Na semana que passou, as notícias tanto do Washington Post como posteriormente da CNN, foram um bom exemplo do que poderão ser os próximos tempos.
Na minha opinião, caso não existam de novo interferências inesperadas de Donald Trump (ou outras), os dados dos preços nos Estados Unidos poderão ser o evento impactante no dólar e consequentemente no EUR/USD.
O facto do EUR/USD ter conseguido ficar acima de 1,0200, apesar da forte subida das yields norte-americanas, mostra que muito já está descontado no actual preço do par. Uma inflação mais baixa do que o esperado pelo mercado poderá levar a uma correcção, antes de um “assalto” à paridade. Essa correcção poderá ser usada enquanto oportunidade de reforçar posições curtas no EUR/USD, que continua em tendência descendente de mais longo prazo.
Já uma surpresa em alta da inflação, após os dados do emprego na semana passada, irão certamente dar razões ao mercado para um teste à paridade, mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD segue a negociar na tendência descendente iniciada quando atingiu o máximo do ano passado em Setembro e após ter registado um mínimo deste ano a 1,1224 na semana anterior, na semana passada registou novo mínimo do ano, e dos últimos dois anos, ao negociar a 1,0210.
No gráfico semanal, nada de novo, com o RSI e o MACD a continuarem a mostrar a falta de momentum do par, continuando a privilegiar a actual tendência descendente.
O EUR/USD terminou a negociar abaixo do mínimo de 2024 de 1,0332, registou um novo mínimo a 1,0210, ficando ainda mais perto de atingir a referência de 1,0200, dada pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023. O quebrar deste suporte (1,0200) irá abrir caminho para um teste ao grande suporte / objectivo psicológico dado pela paridade.
Uma inversão de tendência irá encontrar uma primeira resistência na área 1,0332/1,0336 (mínimo de 2024 e máximo de 2025), antes da resistência mais forte da área 1,0448/1,0458, dada pelo mínimo de 2023 e pelo máximo das últimas duas semanas.
Acima destas resistências temos a área mais forte a 1,0600/1,0630, dada pelo mínimo de Abril de 2024 e pelo máximo de Dezembro de 2024.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD continua a negociar em forte tendência descendente, bem abaixo da média móvel dos 21 dias (de momento a 1,0375), terminando a semana passada a registar novos mínimos de mais de dois anos (1,0210).
No gráfico diário, tanto o RSI como o MACD continuam a mostrar esta tendência do par, com os indicadores a evidenciarem a falta de momentum do par. A linha do MACD segue abaixo da linha de Sinal e ambas abaixo de zero e o RSI com um valor de 34, ainda longe de terreno de sobre venda.
O quebrar da área de suporte 1,0200/1,0210, dada pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023 e do actual mínimo do ano, irá provavelmente acelerar o movimento descendente do par, com o objectivo psicológico dado pela paridade cada vez mais próximo.
Uma inversão na tendência actual irá ter uma primeira resistência (fraca) na área 1,0332/1,0343 (mínimo de 22/11 e da penúltima semana do ano) e posteriormente na área 1,0375/1,0436 (média móvel dos 21 dias e máximo deste ano). Acima destas resistências iremos ter a resistência dada pela linha a 1,0475 e ainda a Nuvem de Ichimoku (de momento a 1,0537/1,0643.
Resistências - Suportes
1,0343 - 1,0210
1,0436 - 1,0200
1,0537 - 1,0000