Café da Manhã
Ruído político

Café da Manhã Ruído político

A vitória eleitoral de Donald Trump foi ontem formalmente confirmada no Congresso e ainda sem ter chegado à Casa Branca o ruído das notícias já se faz sentir.

Ontem, uma notícia do Washington Post segundo a qual Donald Trump estaria a considerar uma abordagem menos abrangente das tarifas, focada mais na protecção de bens críticos para a economia dos Estados Unidos ou para a segurança nacional, levou à queda do dólar e a uma recuperação dos mercados accionistas, nomeadamente os europeus. Trump refutou quase de imediato essa notícia, dizendo estar “errado” que a sua política tarifária fosse reduzida, levando à recuperação de algum do espaço perdido pelo dólar. Os comentários anteriores de Trump sugeriram uma tarifa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, e uma tarifa adicional de 10% sobre as importações da China.

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau demitiu-se após nove anos no poder. Já estava marcada uma eleição para Outubro, mas agora é provável que aconteça mais cedo. O parlamento deverá agora retomar os trabalhos no final de Março, o que significa que é pouco provável que se realizem novas eleições antes de Maio. O Partido Conservador lidera as sondagens à frente dos liberais de Trudeau por mais de 20 pontos. Mark Carney, ex-governador do Banco do Canadá e do Banco de Inglaterra, disse que estar considerar entrar na corrida para substituir Trudeau.

Wall Street terminou ontem a primeira sessão da semana de uma maneira geral em ganhos, com o S&P 500 a avançar 0,58% e o Nasdaq 1,25%, enquanto o Dow Jones e o Russell 2000 recuaram marginalmente cerca de 0,1%.

Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas seguiram de modo geral o caminho apontado pelos seus congéneres norte-americanos negociando em terreno positivo, com os investidores a esperar que Donald Trump possa adoptar uma postura tarifária menos agressiva do que a prometida quando tomar posse.
No Japão, os principais índices recuperaram das perdas do primeiro dia do ano, com o Nikkei a ganhar 2,14% e o Topix 1,10%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,34% e o Kospi, da Coreia do Sul, 0,14%.
Na China, o índice CSI300 avançou 0,76% e o Shanghai Composite 0,75%, enquanto em Hong Kong, o Hang Seng, foi a excepção ao perder 1,22%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a avançar 0,36%.

Os mercados accionistas europeus estão a começar o dia também em terreno positivo, enquanto aguardam pelos dados da inflação. O consenso aponta para uma subida da inflação de 2,2% para 2,4%, mas a subida de 40 pontos base em Espanha e Portugal e a de 50 pontos na Alemanha aponta para a possibilidade de uma surpresa em alta.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a avançar marginalmente 0,06% e o Euro Stoxx 50 0,20%.
Na Alemanha, o índice DAX avança 0,25% e o CAC 40, de França, 0,35%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 recua 0,37%.

No mercado cambial, o dólar segue a negociar em perdas, a caminho dos mínimos de ontem. O índice do dólar DXY segue abaixo de 108,00 (de momento a 107,80), após ter registado ontem um mínimo de 107,55.
O EUR/USD segue também perto dos máximos de ontem, negociando de momento a 1,0425.
A libra continua em torno dos níveis do início da semana, com o EUR/GBP em torno de 0,8300 e o GBP/USD a recuperar dos recentes mínimos e a voltar a negociar bem acima de 1,2500 (1,2560), impulsionado pela queda do dólar.
No iene japonês nada de novo, continuando a negociar em torno dos recentes mínimos, mesmo com mais avisos de estar sob observação dos responsáveis cambiais nipónicos. O USD/JPY atingiu esta noite um novo máximo a 158,40, seguindo de momento a negociar a 157,65 e o EUR/JPY a 164,35.
O franco suíço mantém-se a negociar em torno dos níveis do início da semana, registando perdas ligeiras, com o USD/CHF a 0,9040 e o EUR/CHF a 0,9420.

Os mercados petrolíferos terminaram o dia de ontem em terreno negativo pela primeira vez após cinco sessões consecutivas de ganhos, tendo antes registado novos máximos deste ano de 2025 e dos últimos três meses.
Os preços continuam a recuar, com o Brent a seguir de momento a negociar a $76,20 por barril e o WTI a $73,30, recuando dos máximos registados ontem a $77,50 e $75,00, respectivamente.


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