EUR/USD
Semanal
O EUR/USD continua no seu caminho descendente depois de a reunião do Banco Central Europeu não ter surpreendido nem tão pouco os dados da inflação nos Estados Unidos.
O EUR/USD, na semana que terminou, voltou a negociar em volatilidade contida, retomando a tendência descendente, mas com o preço a ficar contido entre 1,0600 e 1,0450.
Apesar dos mercados de futuros de taxas de juro continuarem a descontar um corte de 25 pontos base na taxa de juro de referência da Reserva Federal, na reunião desta semana, as yields obrigacionistas recuperaram dos recentes mínimos. Os 10 anos abriram a semana a 4,15%, para terminarem a 4,40%, recuperando as perdas registadas durante as duas últimas semanas, impulsionando o dólar e pressionando o EUR/USD.
O Índice de Preços do Consumidor nos Estados Unidos em linha com o esperado e o Índice de Preços do Produtor a mostrar uma aceleração inesperada, deu mais suporte aos ganhos do dólar e continuou a colocar pressão no EUR/USD.
Entretanto, tivemos a decisão de taxas do Banco Central Europeu. Tal como esperado, reduziu as suas taxas directoras em 25 pontos base e entreabriu a porta para uma aceleração no ritmo de cortes de taxas. A declaração de política monetária abandonou a referência de “manter as taxas de juro suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário”.
A reacção do EUR/USD tanto aos dados da inflação nos Estados Unidos, como ao corte e comunicação do Banco Central Europeu foi bastante comedida, com o preço do par a paulatinamente cair do nível de abertura da semana a 1,0560 até ao fecho a 1,0497.
Esta semana temos PMIs, por norma os da Zona Euro com maior impacto no EUR/USD e nos Estados Unidos a reunião de política monetária, onde contamos este mês com as projecções do FOMC, os dot plot.
Os mercados estimam de novo uma queda ligeira no índice de actividade económica privada na Zona Euro, mas uma queda acima do esperado poderá trazer de novo pressões ao EUR/USD, logo no início da semana.
Os importantes indicadores económicos alemães IFO e ZEW deverão continuar a mostrar uma economia fragilizada. Uma surpresa positiva poderá ajudar o EUR/USD.
Já nos Estados Unidos, antes da decisão do Fed, iremos ter as vendas a retalho, que poderão mostrar a direcção ao dólar, em conjunto com os números da produção industrial até à decisão de taxas.
A reunião da Reserva Federal desta semana será o evento central, com os investidores atentos à decisão sobre as taxas de juros, à comunicação de Jerome Powell e, especialmente, aos dot plot.
Embora um corte de 25 pontos base seja amplamente esperado, a forma como os membros do FOMC projectam a trajectória futura das taxas, especialmente para 2025, será crucial.
Em Setembro as projecções para 2025 apontavam o intervalo 3,25-3,50%, ou seja, contando com o corte de 25 pontos base desta semana, onde a taxa de juro baixará para o intervalo 4,25-4,50%, teríamos mais quatro cortes de 25 pontos base.
Uma projecção deste nível (3,25-3,50%) poderá impulsionar o EUR/USD, já que os mercados estão a descontar pelo menos uma pausa no ciclo de corte de taxas de juro, pelo que o nível “neutro”, na minha opinião, se encontra no nível 3,50-3,75%. Uma projecção para o final de 2025 acima deste nível poderá levar o EUR/USD para novos mínimos do ano.
Na minha opinião provavelmente iremos ter uma projecção para 2025 nos 3,50-3,75%, e sem outras surpresas pelo caminho, e com a continuação da queda ligeira dos PMI na Zona Euro, serão razões suficientes para que o EUR/USD continue a negociar na tendência descendente que se tem verificado, preparando-se para terminar o ano abaixo de 1,0500.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
Depois do doji “imperfeito” da semana anterior, o preço recuou e manteve-se a negociar sem uma direcção bem definida, mas terminando a semana de novo abaixo do nível psicológico de 1,0500.
No gráfico semanal, tanto o RSI como o MACD continuam a mostrar a falta de momentum do par e a continuar a privilegiar a tendência descendente do par.
Nada mudou desde a semana passada:
O EUR/USD continua em tendência descendente. O par precisa de quebrar a resistência da área 1,0595/1,0610, para poder tentar um teste à resistência dada pela Nuvem de Ichimoku semanal (1,0814/1,0862) sem que isso leve a alterar o cenário bearish do par. Antes irá ter de ultrapassar a resistência a 1,0669, dada pelos 38,2% Fibonacci do movimento máximo/mínimo do ano.
O quebrar da área de suporte 1,0425/1,0448 (mínimo da última semana de Novembro/mínimo de 2023), poderá colocar de novo o EUR/USD na tendência descendente, com um primeiro objectivo no actual mínimo do ano a 1,0332, antes de um objectivo psicológico na paridade onde terá um suporte intermédio a 1,0200, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD, após de ter atingido os 38,2% Fibonacci retracement do movimento máximo/mínimo de Novembro, a 1,0563, recuou e parece ter abandonado a correcção que estava a registar, com o preço a terminar a semana de novo abaixo da linha da média móvel dos 21 dias.
O RSI e o MACD continuam a mostrar momentum negativo no par.
O EUR/USD continua numa área de consolidação, entre 1,0450 e 1,0600, ou seja, entre o máximo e mínimo da semana que terminou (1,0594/1,0453).
Ao romper a área de resistência 1,0600/1,0610, poderá colocar de novo o par na correcção anteriormente mencionada, onde o objectivo poderá estar a 1,0705 (61,8% Fib do movimento mencionado acima).
O quebrar da área de suporte 1,0425/1,0460 irá expor o suporte dado pelo mínimo do ano a 1,0332, antes do suporte psicológico dado pela paridade.
Resistências - Suportes
1,0610 - 1,0425
1,0705 - 1,0332
1,0844 - 1,0200