Café da Manhã
Juros mais baixos

Café da Manhã Juros mais baixos

O Banco Central Europeu voltou ontem a reduzir as suas taxas de juro, após os cortes dos bancos centrais do Canadá e Suíça desta semana e com os mercados a aguardarem por novo corte do Fed na próxima semana.

O Banco Central Europeu reduziu a sua taxa de juro pela quarta vez este ano em 25 pontos base, colocando a taxa de depósito a 3,00%, o nível mais baixo desde Março de 2023.
A declaração de política monetária abandonou a referência a “manter as taxas de juro suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário”, abrindo a porta para ocorrerem mais cortes futuros nas taxas.
Na conferência de imprensa, na sessão de perguntas e respostas, Christine Lagarde disse que houve discussões sobre um corte de 50 pontos base, mas no final houve um forte consenso relativamente ao corte de 25 pontos base. Acrescentou que, embora os riscos de inflação em alta não tenham desaparecido, os riscos para os preços são agora mais bilaterais. Lagarde não apresentou quaisquer novas estimativas sobre onde poderá situar-se o nível neutro das taxas, uma vez que este tema não foi discutido. Ela disse que a direção da viagem era bastante clara, mas não o seu ritmo não e que muito terreno já tinha sido percorrido.

Hoje já ouvimos vários comentários de membros do Conselho de Governadores do BCE.
Madis Muller, da Estónia, disse que o período de inflação mais forte já está para trás e espera ver a inflação em torno dos 2%. Nível este que Villeroy, do Banco de França, diz estar mais confiante de ser atingido. Disse ainda que se encontra tranquilo com as expectativas do mercado e que as taxas ainda estão significativamente acima do ponto neutro, com o BCE a continuar com margem para mais cortes. Martins Kazaks, da Letónia, reiterou as palavras de Lagarde dizendo que o caminho das taxas é claramente para baixo. Disse ainda que a taxa neutral está mais perto de 2% do que 3%, que as taxas deverão continuar a cair gradualmente e que um corte maior é possível se for necessário.

Os mercados financeiros aguardam agora pela reunião da Reserva Federal na próxima semana, onde estimam um novo corte de 25 pontos base na sua taxa de juro.

Apesar disso, os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão de ontem em terreno negativo, após os indicadores económicos divulgados como o Índice de Preços no Produtor e o número semanal de novos pedidos de subsídio de desemprego terem saído acima do esperado pelos mercados.
As expectativas continuam elevadas para que a Reserva Federal reduza as taxas de juro na reunião da próxima semana. Ainda assim, o mais recente sinal de uma inflação persistente aumentou a incerteza em torno do caminho a seguir pela Fed em 2025.
O índice Dow Jones recuou 0,53%, o S&P 500 0,54% e o Nasdaq 0,65%, voltando abaixo da marca dos 20.000 pontos atingidos pela primeira vez no dia anterior.

Na Ásia, os mercados terminaram a última sessão da semana em queda, seguindo de novo o caminho deixado por Wall Street.
No Japão o índice Nikkei terminou a sessão a perder 1,02% e o Topix 0,95%.
Na China, as ações caíram com os investidores desiludidos com a falta de detalhes da política de estímulo fiscal após a Conferência Central de Trabalho Económico. O índice CSI300 perdeu 2,37%, o Shanghai Composite 2,01% e o Hang Seng 2,09%.
Na Austrália, o índice ASX 200 recuou 0,41%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, avançou 0,50%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a ganhar 0,73%.

Os mercados accionistas europeus estão a começar este último dia da semana em ganhos modestos.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento praticamente inalterado (-0,04%), enquanto o Euro Stoxx 50 avança 0,36%.
Na Alemanha, o índice DAX avança 0,40% e o CAC 40, de França, 0,21%.
No Reino Unido, o FTSE 100 avança marginalmente 0,19%, após os dados mensais do PIB terem mostrado uma contracção na economia britânica de 0,1%.

No mercado cambial o dólar continua a ganhar, enquanto o euro segue a perder, após o novo corte de 25 pontos base e de uma comunicação mais dovish por parte de Christine Lagarde. O índice do dólar DXY volta a negociar em torno de 107,00 (106,80 de momento), enquanto o EUR/USD volta a negociar abaixo dos 1,0500 (de momento a 1,0470.
O iene japonês está a terminar a semana em perdas, com o USD/JPY a negociar de novo acima de 153,00 (153,25) e o EUR/JPY acima de 160,00 (160,40).
Em perdas está também a terminar a semana a libra esterlina, com o GBP/USD a negociar perto de 1,2600 (1,230) e o EUR/GBP mais perto de 0,8300 (0,8290).
O franco suíço continua a negociar em perdas, após o seu banco central ter surpreendido os mercados ao cortar 50 pontos base. O USD/CHF segue de momento a negociar acima de 0,8900 (0,8935 de momento) e o EUR/CHF a 0,9365.

Os preços do petróleo estabilizaram, caminhando para o primeiro aumento semanal desde o final de Novembro, à medida que sanções adicionais ao Irão e à Rússia aumentaram as preocupações com a oferta.
O Brent segue a negociar de momento a $73,60 por barril e o WTI a $69,80.

Bom fim-de-semana!


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