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Os mercados accionistas seguem a negociar em terreno positivo, após dados da inflação nos Estados Unidos em linha com o esperado e em expectativa de mais cortes de taxas de juro por parte dos bancos centrais a nível global.

Ontem, os dados do Índice de Preços do Consumidor nos Estados Unidos, mostraram que os preços subiram 0,3% a nível mensal, com a inflação total a subir de 2,6% para 2,7%, enquanto a inflação subjacente, sem alimentos nem energia, se manteve inalterada nos 3,3%. Estes números, em linha com o esperado pelos mercados, colocaram mais perto a probabilidade de um novo corte de taxas por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos dentro de uma semana.

Ainda ontem, o Banco do Canadá também cortou a sua taxa de juro e de novo em 50 pontos base, dando também sinais ao mercado que os bancos centrais a nível global seguem em força o seu ciclo de redução de taxas.
Já o mesmo não se pode dizer do Brasil que também surpreendeu os mercados ao subir a sua taxa Selic um ponto percentual, de 11,25% para 12,25%, apontando que se podem seguir mais aumentos desta amplitude caso o cenário da inflação confirme as suas projecções.

Mas, já hoje, o Banco Nacional Suíço cortou a sua taxa de juro de referência em 50 pontos base, de 1% para 0,50%, surpreendendo os mercados que começam a ver a possibilidade de cortes de 50 pontos como um novo normal.
O mercado aguarda hoje pela importante reunião do Banco Central Europeu, onde as expectativas se dividem também por um corte de 25 ou 50 pontos base, com o consenso a pender para uma redução de 25 pontos.

Os mercados accionistas norte-americanos voltaram ontem a negociar em ganhos, após os dados da inflação de Novembro terem saído em linha com o esperado pelos mercados.
As yields obrigacionistas voltaram a subir, apesar de a inflação se manter teimosamente acima da meta do banco central norte-americano, mas a leitura em linha com as estimativas cimentou ainda mais as expectativas de corte de taxa de juro na próxima semana por parte da Reserva Federal, com as probabilidades de um corte de 25 pontos base da FedWatch Tool da CME a subirem para 99% no final do dia.
O índice Dow Jones recuou 0,22%, pressionado pelas seguradoras de saúde, com os deputados norte-americanos apresentavam um projecto de lei para levar a uma redução dos seus lucros. O índice S&P 500 ganhou 0,82%, enquanto o Nasdaq liderou os ganhos ao subir 1,76%, terminando num novo máximo recorde, acima dos 20.000 pontos pela primeira vez na história.

Hoje, na Ásia, os mercados accionistas terminaram de um forma geral em ganhos interessantes, seguindo o caminho deixado pelos seus congéneres norte-americanos.
No Japão, o índice Nikkei subiu 1,27% e o Topix 0,86%, impulsionados também por um iene mais fraco.
Na China, com os mercados a esperarem por notícias de mais estímulos vindas da Conferência Central de Trabalho Económico, o índice CSI300 ganhou 1%, o Shanghai Composite 0,84% e o Hang Seng 1,20%.
Na Austrália, o índice ASX 200 recuou 0,28%, após os dados do emprego levarem de novo as expectativas a recuar sobre a possibilidade de um corte mais próximo das taxas de juro por parte do seu banco central.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou a sessão a ganhar 1,62%, liderando os ganhos, enquanto na Índia o índice Nifty 50 segue de momento a recuar 0,37%.

Na Europa, os mercados accionistas seguem a negociar sem uma direcção definida, enquanto aguardam pela decisão de taxas do Banco Central Europeu.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a recuar 0,09%, enquanto o Euro Stoxx 50 avança 0,03%.
Na Alemanha, o índice DAX avança 0,15%, enquanto em França, o CAC 40 recua 0,10%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 avança de momento 0,22%.

No mercado cambial, a subida das yields obrigacionistas trouxe novo suporte ao dólar, com o índice DXY a recuperar dos mínimos da semana e a voltar a negociar bem acima dos 106,00 (106,40 de momento).
O euro volta a recuar, pressionado pelos ganhos do dólar e pelas expectativas dos mercados para um corte por parte do Banco Central Europeu, no mínimo, de 25 pontos base. Os mercados continuam divididos entre a possibilidade de um corte maior de 50 pontos base. Enquanto aguarda, o EUR/USD segue a negociar em torno de 1,0500, recuando dos níveis em torno de 1,0600 no início da semana.
O iene japonês continua a negociar em perdas, com as expectativas de subida de 25 pontos base a voltarem a abrandar. Um relatório da Bloomberg sugerindo que o responsável do Banco do Japão vê um pequeno custo em esperar, antes de aumentar as taxas de juro, fragilizou o iene. O USD/JPY segue de momento a negociar acima de 152,00 (152,50) e o EUR/JPY acima de 160,00 (160,40).
Já a libra esterlina segue a negociar em ganhos, com o GBP/USD a negociar em torno de 1,2750 e o EUR/GBP perto de testar um mínimo de mais de dois anos a 0,8201, negociando de momento a 0,8235.
O franco suíço segue a negociar em perdas, após o seu banco central ter cortado a sua taxa de juro em 50 pontos base, de 1% para 0,50%, surpreendendo os mercados que esperariam um corte de 25 pontos. O USD/CHF segue de momento a negociar a 0,8880, enquanto o EUR/CHF volta a negociar acima de 0,9300 (0,9335 de momento).
O dólar canadiano segue a negociar em ganhos ligeiros, após um corte de 50 pontos base do BoC, mas como uma comunicação mais hawkish do que esperado. O USD/CAD cota de momento a 1,4140 e o EUR/CAD a 1,4865. O dólar australiano regista também ganhos,após os dados do emprego, melhor do que o esperado, adia as probabilidades de um corte de taxas do RBA já para o início do ano. O AUD/USD segue de momento a negociar a 0,6415 e o EUR/AUD a 1,6400.

Os preços do petróleo continuam a negociar em alta mesmo depois de a OPEP ter previsto uma redução do consumo de petróleo neste e no próximo ano, e ainda com os números do relatório semanal da API (American Petroleum Institute) a mostrarem também uma redução dos inventários de crude norte-americano, acima do previsto. Tensões geoestratégicas e a possibilidade de mais acções contra o sector energético da Rússia estão a suportar os preços do petróleo.
O Brent segue de momento a negociar a $73,80 por barril e o WTI de novo acima dos $70,00 (de momento a $70,60).


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