EUR/USD
Semanal
Irá o Banco Central Europeu impulsionar a correcção que o EUR/USD tem vindo a registar, ou será retomada a tendência descendente iniciada no início de Outubro?
O EUR/USD continuou na semana passada a correcção iniciada na semana anterior. A situação política em França, logo no início da semana, levou o preço a recuar, mas a pressão sobre o euro aliviou quando Marine Le Pen mostrou uma tomada de posição menos agressiva, admitindo concordar com um futuro orçamento que mostre vontade de reduzir o défice de forma mais suave.
Os mercados ficaram então a aguardar pelos importantes dados do mercado de trabalho norte-americanos. Até lá, as yields obrigacionistas iam recuando, continuando a retirar suporte ao dólar, com os dados do ISM de serviços inesperadamente a recuarem. Os nonfarm payrolls saíram em linha om o esperado, mas a taxa de desemprego a subir de 4,1% para 4,2% acabaram por cimentar mais a ideia de um corte de 25 pontos base por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos na sua última reunião. As yields norte-americanos voltaram a ficar pressionadas, tal como ficou o dólar, levando o EUR/USD a registar o máximos da semana. A confiança do consumidor da Universidade de Michigan acima do esperado, assim como as expectativas de inflação a subir de 2,6% para 2,9%, acabaram por evitar maiores ganhos no EUR/USD, que acabou por terminar a semana a negociar abaixo de 1,0600 (1,0563).
Esta semana os dados da inflação nos Estados Unidos e a decisão de taxas do Banco Central Europeu irão ser os dados com um provável maior impacto no EUR/USD.
Com os dados da inflação a saírem na quarta-feira, antes da reunião do BCE de quinta-feira, parece-me difícil que consigam levar o EUR/USD a registar algum movimento mais expressivo. As probabilidades de um corte de 25 pontos base por parte do Fed subiu de 66% na semana passada para 86% no final da semana que terminou. Uma inflação abaixo do esperado não terá praticamente impacto e só um número em alta que saia bastante fora das estimativas, é que poderá eventualmente levar a uma recuperação do dólar, com a respectiva pressão no EUR/USD.
Os mercados descontam neste momento um corte de 25 pontos base por parte do Banco Central Europeu. Qualquer desvio desta decisão terá um impacto imediato no EUR/USD. Um corte de 50 pontos base, mesmo com um discurso mais hawkish, irá certamente levar o EUR/USD a testar o mínimo da semana anterior a 1,0425 e potencialmente mesmo a testar o mínimo do ano a 1,0332.
Os mercados irão estar especialmente atentos às projecções dos técnicos do BCE e da comunicação da presidente Christine Lagarde, para tentarem obter indicações de futuras decisões de taxas de juro. Qualquer indicação que refira o carácter restritivo do actual nível de taxas de juro ou projecções que apontem para um crescimento económico abaixo das anteriores projecções, poderão levar a um aumento das expectativas do mercado para que o BCE comece o novo ano de 2025 com um corte mais agressivo nas suas taxas, levando o EUR/USD a retomar a tendência descendente dos últimos meses.
Na minha opinião, o EUR/USD, salvo alguma surpresa maior como uma subida forte dos preços nos Estados Unidos com a inflação a disparar ou um Banco Central Europeu tendo qualquer outra decisão que não seja a de reduzir as suas taxas em 25 pontos base, deverá continuar a negociar em torno dos recentes níveis, continuando a correcção iniciada, com o preço a manter-se abaixo dos 1,0700, enquanto aguarda pelos últimos eventos da próxima semana que poderão impactar o EUR/USD, PMIs e reunião da Reserva Federal.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O doji “imperfeito” da semana passada mostra a indecisão do mercado. O preço atingiu um máximo de 1,0630, mas foi incapaz de manter esses ganhos e terminou a semana em torno dos níveis de abertura a 1,0563, bem abaixo da área de resistência 1,0595/1,0610.
Por aqui nada de novo, o gráfico semanal mostra, tanto o RSI como o MACD a falta de momentum do par e a continuar a privilegiar a tendência descendente do par.
O EUR/USD continua em tendência descendente. O par precisa de quebrar a resistência da área 1,0595/1,0610, para poder tentar um teste à resistência dada pela Nuvem de Ichimoku semanal (1,0814/1,0862) sem que isso leve a alterar o cenário bearish do par. Antes irá ter de ultrapassar a resistência a 1,0669, dada pelos 38,2% Fibonacci do movimento máximo/mínimo do ano.
O quebrar da área de suporte 1,0425/1,0448 (mínimo das últimas duas semanas/mínimo de 2023), poderá colocar de novo o EUR/USD na tendência descendente, com um primeiro objectivo no actual mínimo do ano a 1,0332, antes de um objectivo psicológico na paridade onde terá um suporte intermédio a 1,0200, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD continuou na semana passada a corrigir o movimento que trouxe o preço do máximo de Novembro de 1,0937 até ao mínimo do ano a 1,0332. O preço terminou acima da média móvel dos 21 dias e em cima dos 38,2% Fibonacci retracement a 1,0563.
O RSI e o MACD continuam a mostrar momentum negativo no par.
O EUR/USD com mínimos cada vez mais altos, em conjunto com máximos cada vez mais altos, cumprem a definição de tendência ascendente e é o que podemos verificar no price action da semana passada.
O preço ultrapassou a área de resistência entre os 1,0580 e 1,0610, mas o movimento foi prontamente rejeitado. O quebrar dessa resistência irá apontar para uma correcção mais ampla, onde o objectivo poderá encontrar-se a 1,0705 (61,8% Fib do movimento mencionado acima), coincidente com a resistência dada pela linha de tendência de médio prazo. O ultrapassar desta última resistência, irá colocar exposta a média móvel dos 200 dias, de momento a 1,0849, começando a colocar em causa o cenário bearish do par.
Uma inversão da tendência ascendente de curto prazo irá encontrar um primeiro suporte na média móvel dos 21 dias, de momento a 1,0532, e posteriormente no mínimo da semana passada a 1,0460 e no da semana anterior a 1,0425. O quebrar destes suportes irá expor o suporte mais forte dado pelo mínimo do ano a 1,0332, antes do suporte psicológico dado pela paridade.
Resistências - Suportes
1,0610 - 1,0460
1,0705 - 1,0425
1,0849 - 1,0332