O governo cai em França, o Bitcoin atinge os $100.000 e os mercados accionistas seguem em modo de espera, aguardando pelos dados económicos, potencialmente mais impactantes, de amanhã nos Estados Unidos.

Em França o governo de Michel Barnier não sobreviveu à moção de censura da coligação de esquerda que acabou por ser aprovada na Assembleia Nacional com a ajuda do partido de extrema-direita de Marine Le Pen, empurrando o país para águas politicamente ainda mais agitadas. O Presidente Macron enfrenta agora a difícil tarefa de nomear um novo Primeiro-Ministro que possa sobreviver ao crivo do parlamento.

O Bitcoin ultrapassou os recordes anteriores e atingiu um novo máximo histórico acima da marca dos $100.000. Os investidores estão a acreditar numa abordagem regulatória mais amigável dos Estados Unidos para as criptomoedas sob a próxima administração Trump, para aproximar o mercado das criptomoedas aos mercados mais convencionais.

Os mercados accionistas norte-americanos voltaram ontem a negociar em alta, com os principais índices de Wall Street a registarem novos fechos recorde.
Jerome Powell disse ontem que a economia está mais forte agora do que o banco central esperava em Setembro, quando começou a reduzir as taxas de juro, e pareceu estar a dar sinais que poderá apoiar um ritmo mais lento de cortes nas taxas de juro. Num evento do New York Times Powell disse que: “A economia dos EUA está em muito boa forma e não há razão para que isto não continue... os riscos negativos parecem ser menores no mercado de trabalho, o crescimento é definitivamente mais forte do que pensávamos e a inflação subiu um pouco". "Portanto, a boa notícia é que podemos ser um pouco mais cautelosos enquanto tentamos encontrar o nível de taxa de juro neutral".
Os dados da actividade privada de serviços, tanto do ISM como da S&P Global saíram abaixo do esperado, mas ainda em terreno de expansão, levando a uma queda nas yields obrigacionistas. Os números privados do emprego, ADP, saíram ligeiramente abaixo das estimativas.
Os principais terminaram em fechos recorde, com o índice Dow Jones a ganhar 0,69%, o S&P 500 0,61% e o Nasdaq 1,29%

Na Ásia, os mercados accionistas terminaram o dia de hoje sem uma direcção bem definida.
No Japão, o índice Nikkei avançou 0,38% e o Topix 0,06%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,15% e na Coreia do Sul, entre agitações devido à imposição de lei marcial que foi rapidamente retirada, caiu 0,90%.
Na China, o índice CSI300 recuou 0,23% e o Shanghai Composite avançou 0,12%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,92%, liderando as perdas.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a ganhar 1,47%, liderando os ganhos.

Os mercados accionistas europeus negociam em ganhos modestos, após a queda do governo francês no dia de ontem.
O índice Stoxx 600 segue de momento a avançar 0,32% e o Euro Stoxx 50 0,57%.
Na Alemanha, o índice DAX avança 0,45% e o CAC 40, de França, 0,49%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 está praticamente inalterado de momento (+0,05%).

O mercado cambial segue também em modo de espera, em volatilidade contida, aguardando pelos dados do mercado de trabalho a divulgar amanhã.
O índice do dólar, DXY, continua a negociar em torno dos recentes níveis recuando ligeiramente para os 106,20, enquanto o EUR/USD continua a negociar acima de 1,0500, apesar da situação governativa em França.
A libra regista ganhos ligeiros, com o GBP/USD a negociar acima de 1,2700 (1,2720) e o EUR/GBP abaixo de 0,8280.
O iene mantém os níveis atingidos durante o dia de ontem, com o USD/JPY a cotar de momento a 150,20 e o EUR/JPY a 158,10.
O franco suíço, depois dos ligeiros ganhos de ontem, impulsionado pelos acontecimentos em França, começa o dia de hoje a recuar, com o USD/CHF a negociar de momento a 0,8850 e o EUR/CHF a 0,9315.

Os preços do petróleo terminaram o dia de ontem em perdas, recuando dos ganhos do início do dia, enquanto os mercados aguardam pela decisão da OPEP+ sobre a política de produção.
Apesar da queda, os preços receberam algum suporte, evitando perdas maiores, com a redução acima do esperado dos inventários de crude norte-americano reportado pela EIA.
Os preços continuam hoje a negociar em perdas, com o Brent a negociar a $72,40 por barril e o WTI a $68,70.