Café da Manhã
De Paris a Seul
As tensões políticas (e geopolíticas) continuam a aumentar e vão desde a Europa à Ásia, com impacto nos mercados financeiros.
Ontem, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou inesperadamente a lei marcial numa medida que visava "forças anti-estatais pró-norte-coreanas desavergonhadas". Os manifestantes saíram às ruas e poucas horas depois o Presidente Yoon levantou a declaração de lei marcial, respeitando a votação unânime do parlamento contra a sua medida. Os deputados estão agora a pedir que o Presidente Yoon renuncie ou enfrente um “impeachment”.
Em França, o governo do primeiro-ministro Michel Barnier irá enfrentar uma moção de censura, com a votação agendada para as 15h00 de Lisboa. Como o partido de Marine Le Pen anunciou que apoiaria a moção de censura, o governo irá provavelmente cair esta noite, abrindo nova crise governativa em França, com o Presidente Macron a ter de assumir a difícil tarefa de nomear um novo Primeiro-Ministro que consiga sobreviver à Assembleia Nacional.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram o dia de ontem sem uma direcção definida, entre ganhos e perdas. Os números das vagas de emprego saíram acima do esperado, enquanto membros do Fed continuaram a reiterar mais cortes de taxas de juro nos Estados Unidos, mas não dando qualquer indicação para a reunião de Dezembro.
Depois de durante grande parte do dia ter andado a negociar em terreno negativo, o índice S&P 500 terminou a avançar marginalmente 0,05%, o necessário para novo fecho recorde. Já o índice Dow Jones recuou 0,17%, enquanto o Nasdaq avançou 0,40%.
Hoje, os mercados accionistas asiáticos negociaram em perdas, com a confiança pressionada pelos acontecimentos na Coreia do Sul e depois de números mais fracos do que o esperado na Austrália e na China.
No Japão, o índice Nikkei ainda conseguiu terminar em terreno positivo (+0,06%), mas o Topix recuou 0,47%.
Na China, com o PMI de serviços da Caixin a sair abaixo do estimado, o índice CSI300 recuou 0,61%, o Shanghai Composite 0,47% e o Hang Seng 0,02%.
Na Austrália, a economia cresceu menos do que o previsto no terceiro trimestre deste ano e o índice ASX 200 terminou a sessão de hoje a recuar 0,38%.
Na Coreia do Sul, os acontecimentos políticos levaram o índice Kospi para perdas, caindo 1,29%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento inalterado.
Na Europa, os mercados accionistas estão a começar o dia de hoje em terreno positivo, apesar de mais uma “anunciada” crise governativa em França.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a avançar 0,22% e o Euro Stoxx 50 0,57%.
Na Alemanha, o índice DAX ganha 0,90%, enquanto em França o CAC 40 avança 0,35%.
Em perdas segue de momento o FTSE 100, do Reino Unido, recuando 0,31%.
No mercado cambial o dólar está a começar o dia de hoje a recuperar das perdas da semana com o índice DXY a negociar de momento a 106,55.
O euro segue pressionado pela situação política em França, com o EUR/USD a voltar a negociar abaixo de 1,0500.
A libra segue pouco alterada dos recentes níveis, recuando face ao dólar (1,2665) e avançando face ao euro (0,8285).
O iene japonês recua das fortes valorizações dos últimos dias, com o USD/JPY de volta a negociar acima de 150 (de momento a 150,65) e o EUR/JPY acima de 158,00.
O franco suíço segue praticamente inalterado, após os dados da inflação terem saído em linha com as estimativas. O USD/CHF segue a negociar de momento a 0,8870 e o EUR/CHF a 0,9315.
Os preços do petróleo continuam a negociar em alta com o mercado a digerir as tensões geopolíticas, a perspectiva da OPEP+ prolongar os cortes da produção.
O Brent segue de momento a negociar em torno de $74,00 por barril e o WTI acima de $70,00.