EUR/USD
Semanal
Isabel Schnabel deu uma linha de vida ao euro na semana passada, será que esta semana os dados do emprego nos Estados Unidos irão renovar a força do dólar?
Numa semana onde o importante feriado do Dia de Acção de Graças nos Estados Unidos levou a uma redução da liquidez e da profundidade do mercado, os olhos estavam colocados nos dados da inflação tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos.
O Índice de Preços do Consumidor da Zona Euro saiu relativamente em linha com o esperado, mesmo ligeiramente abaixo das estimativas. Do lado dos Estados Unidos, a medida preferida do Fed para a inflação também não mostrou surpresas, mostrando-se ligeiramente acima do esperado.
Estes dados colocariam o EUR/USD no caminho que tem registado ultimamente, ou seja, em queda, mas tal não veio a acontecer.
As fortes perdas do EUR/USD, que durante o mês de Dezembro foram cerca de 3%, acabaram esta semana por fazer recuar o par, entrando em correcção.
O acalmar das tensões geopolíticas, com o acordo entre Israel e o Líbano para um cessar-fogo contribui para que a pressão sobre o euro diminuísse e que a corrida ao dólar acalmasse, mas foi o arrefecer das expectativas que começavam a apontar para um corte de 50 pontos base na próxima reunião do Banco Central Europeu que impulsionou o EUR/USD para a correcção verificada.
Na semana que terminou, Isabel Schnabel em entrevista à Bloomberg, falou sobre a política monetária e pareceu bastante agressiva, afirmando que o BCE deveria cortar as taxas de juro apenas gradualmente e não baixar as taxas para um nível que estimule o crescimento. Schnabel disse não ver um risco significativo de a inflação ir abaixo do objectivo do banco central, contrariando um pouco o que tem sido a narrativa da grande maioria dos responsáveis do BCE recentemente. As suas palavras levaram a um recuo nas expectativas mais agressivas de corte de taxas.
Por outro lado, as yields das treasuries norte-americanas registaram uma queda significativa durante esta semana, retirando um importante suporte ao dólar. As expectativas de cortes de taxas voltaram a aumentar ligeiramente, com a FedWatch Tool a terminar a semana mostrando de novo cerca de 66% de probabilidades de um corte de 25 pontos em Dezembro, face a cerca de 50/50 na semana anterior.
Esta semana voltamos a ter dados do emprego nos Estados Unidos, os últimos antes da reunião a 18 de Dezembro da Reserva Federal. Um número forte de novos postos de trabalho, com a taxa de desemprego a manter-se nos 4,1%, poderá levar de novo a um aumento de expectativas relativamente a uma pausa no ciclo de cortes de taxas de juro e a pressões sobre o EUR/USD. Já um número fraco, ou uma subida na taxa de desemprego poderá cimentar o tal corte de 25 pontos base, levando à possibilidade da continuação da correcção iniciada na semana passada.
Na minha opinião, a tendência do EUR/USD segue claramente descendente, mas a correcção iniciada poderá ter pernas para continuar. Começamos esta semana o mês de Dezembro que em termos históricos leva o dólar para perdas. Claro que o cenário geopolítico está cada vez mais complicado. A situação na Ucrânia e no Médio Oriente continuam quentes. Na Europa, em França, se o orçamento não passar e o governo cair, o euro poderá voltar a ficar pressionado e com ele o EUR/USD.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
Depois de três semanas consecutivas de fortes perdas, o EUR/USD registou finalmente uma semana positiva, com o preço a terminar perto de 1,0600 (1,0582), depois de na semana anterior ter atingido um mínimo de mais de dois anos a 1,0332.
No gráfico semanal, tanto o RSI como o MACD continuam a mostrar a falta de momentum do par e a privilegiar uma tendência descendente no par.
O EUR/USD continua em forte tendência descendente. O par precisa de ultrapassar a resistência da área 1,0601/1,0610 (máximo das últimas duas semanas/mínimo de Abril de 2024), para poder tentar um teste à resistência dada pela Nuvem de Ichimoku semanal (1,0809/1,0862) sem que isso leve a alterar o cenário bearish do par.
O quebrar da área de suporte 1,0425/1,0448 (mínimo da semana passada/mínimo de 2023), poderá colocar de novo o EUR/USD na tendência descendente, com um primeiro objectivo no actual mínimo do ano a 1,0332, antes de um objectivo psicológico na paridade onde terá pelo meio um suporte intermédio a 1,0200, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD voltou a negociar esta semana em correcção e terminou a semana a testar a área de resistência em torno de 1,0600, acima de 1,0563, os 38,2% Fibonacci retracement do movimento que trouxe o par desde o máximo de Novembro a 1,0937, até ao mínimo do ano a 1,0332.
O RSI e o MACD continuam a mostrar momentum negativo no par, mas dão sinais de uma possível inversão, com a linha de MACD acima da linha de Sinal e o RSI ascendente já muito perto da linha de 50.
O EUR/USD terminou a semana em tendência ascendente de curto prazo. O ultrapassar da área de resistência entre os 1,0580 e 1,0610, poderá indiciar que o par está no caminho de uma correcção mais ampla, com o seu próximo objectivo natural a poder estar nos 1,0705 (61,8% Fib do movimento mencionado acima). O ultrapassar desta última resistência, irá colocar exposta a média móvel dos 200 dias, de momento a 1,0852, começando a colocar em causa o cenário bearish que o par ainda mostra.
Uma inversão da tendência ascendente de curto prazo irá encontrar suporte no mínimo da semana a 1,0425, O quebrar deste mínimo colocará de novo o par na tendência descendente que tem vindo a registar nos últimos meses, com o mercado de olhos no mínimo do ano a 1,0332, antes do objectivo psicológico da paridade.
Resistências - Suportes
1,0610 - 1,0448
1,0705 - 1,0332
1,0852 - 1,0212