A semana que começa
Mercado de trabalho

A semana que começa Mercado de trabalho

O mercado continua dividido sobre a possibilidade de uma interrupção do ciclo de cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos e os últimos dados do emprego antes da última reunião do ano poderão ser determinantes.

O mercado continua dividido sobre se a Reserva Federal vai cortar as taxas de juro em 25 pontos base na próxima reunião de 18 de Dezembro, depois de a inflação ter subido mais do que o esperado.
Mas o duplo mandato do Fed, segundo o qual também tem de maximizar o emprego, coloca os dados do mercado de trabalho no centro das atenções. Mais ainda quando a narrativa dos diversos membros do FOMC tem vindo a estar exactamente em torno dos dados do emprego.
Um aumento da taxa de desemprego e/ou uma nova desilusão no número de novos postos de trabalho, poderá acabar com a discussão relativamente ao próximo movimento do Fed e cimentar um novo corte de 25 pontos base na reunião deste mês.

Os mercados irão estar atentos às muitas intervenções verbais durante esta semana de responsáveis de bancos centrais.
As atenções irão estar especialmente dirigidas aos discursos que irão ser proferidos na quarta-feira por Andrew Bailey do Banco de Inglaterra, por Christine Lagarde do Banco Central Europeu e de Jerome Powell da Reserva Federal dos Estados Unidos.

A situação política em França, com potenciais implicações para uma nova queda do governo, o cessar-fogo no Médio Oriente entre Israel e o Hezbollah, e as estratégias de Donald Trump que continua a utilizar tarifas como instrumento de pressão, são temas que certamente continuarão a estar esta semana debaixo da atenção dos mercados.



Dados Económicos



Estados Unidos da América
Como sempre, na primeira semana de cada mês, as atenções vão para os dados do mercado de trabalho, desta vez os últimos antes da última reunião deste ano da Reserva Federal.
A semana começa com os dados de actividade privada. Iremos ter os números finais do PMI manufactureiro da S&P Global onde não se esperam alterações à leitura preliminar de 48,8. Teremos também o PMI manufactureiro do ISM com as previsões a apontarem para uma subida de 46,5 para 47,6, onde os mercados irão estar também atentos às várias componentes como a do emprego, dos preços e da produção.
Na terça-feira iremos ter a divulgação dos números do JOLTS onde as estimativas apontam para que as vagas de emprego subam ligeiramente de 7,44 milhões do mês anterior, para 7,49 milhões. Iremos ter ainda o índice de optimismo económico RCM/TIPP com as estimativas a darem uma subida de 53,2 para 54,1.
Na quarta-feira teremos mais PMIs, desta vez do sector de serviços. O número final do PMI da S&P Global deverá manter a leitura preliminar de 57. O ISM PMI, segundo as estimativas, poderá mostrar uma queda de 56,0 para 55,5. Teremos também os dados privados do emprego, com as previsões a apontarem para uma redução de 233 mil novos postos de trabalho do mês de Outubro, para 166 mil em Novembro. Teremos ainda as encomendas às fábricas que deverão aumentar 0,3%, após a redução de 0,5% no mês anterior e no final do dia o relatório Beige Book do Fed.
Na quinta-feira é dia dos habituais números dos novos pedidos de subsídio de desemprego, com as previsões a continuarem a apontar para os recentes mínimos em torno de 215 mil. Teremos ainda os números da balança comercial de Outubro onde, segundo as estimativas, deveremos ver uma redução do défice de 84,4 mil milhões de dólares para 75,7 mil milhões.
Finalmente, no último dia da semana, iremos ter os tão esperados nonfarm payrolls. Depois do desastroso número de 12 mil, devido às fortes intempéries que atingiram grande parte do território norte-americano, as previsões apontam para um aumento de 202 mil novos postos de trabalho em Novembro. A taxa de desemprego deverá manter-se nos 4,1%, enquanto o crescimento salarial deverá abrandar dos 0,4% do mês de Outubro, para 0,3% em Novembro. Iremos ter ainda os dados da Universidade de Michigan onde o índice de confiança do consumidor deverá subir de 71,8 para 73,0 e as expectativas da inflação deverão mostrar um aumento de 2,6% para 2,9% no curto prazo, enquanto que a 5 anos se deverão manter inalteradas nos 3,2%.

Zona Euro
Iremos ter uma semana relativamente tranquila de indicadores económicos. A semana irá começar com os dados do emprego. A taxa de desemprego deverá continuar nos mínimos históricos de 6,3%.
Teremos as leituras finais do PMI manufactureiro e de serviços, onde não são esperadas alterações às leituras preliminares de 45,2 e 49,2, respectivamente.
O Índice de Preços no Produtor deverá mostrar uma subida mensal de 0,4%, após a queda de 0,6% no mês anterior.
Iremos ter ainda os números das vendas a retalho de Outubro que deverão, segundo as estimativas, mostrar uma redução de 0,4%, após o aumento de 0,5% no mês de Setembro.
Finalmente, teremos a leitura final do PIB do terceiro trimestre que deverá confirmar a leitura inicial de um crescimento trimestral de 0,4%.
A nível regional iremos ter:
Em Itália, a taxa de desemprego de Outubro deverá subir de 6,1% para 6,2% e as vendas a retalho deverão crescer 0,9%, desacelerando dos 1,2% apresentados no mês anterior.
Em Espanha, a produção industrial deverá mostrar um aumento de 0,8%, após os 0,6% mostrados no mês anterior.
Em França, a produção industrial deverá aumentar 0,3%, recuperando parte da queda de 0,9% do mês anterior, e a balança comercial deverá mostrar uma redução do défice de 8,3 mil milhões de euros para 8 mil milhões de euros.
Na Alemanha, as previsões apontam para uma redução de 2% nas encomendas às fábricas, depois do aumento de 4,2% no mês anterior. A produção industrial deverá aumentar 1%, após a redução de 2% do mês anterior e a balança comercial deverá mostrar um excedente de 18,2 mil milhões de euros, aumentando os 17 mil milhões apresentados no mês anterior.

Reino Unido
Mais uma semana ligeira de indicadores económicos que começa com o índice de preço de casas da Nationwide onde as estimativas apontam para um aumento de 0,2%, após a estabilização do mês anterior, e termina com o índice de preço de casas da Halifax com previsões de uma aceleração dos 0,2% do mês anterior para 0,3%.
Teremos ainda o PMI da construção que deverá mostrar um recuo dos 54,3 para 53,5 e os números finais dos serviços e da indústria, onde não se esperam alterações às leituras iniciais.

Canadá
Também aqui as atenções irão estar voltadas para os números do emprego. A taxa de desemprego deverá manter-se nos actuais 6,5%, com a taxa de participação a manter-se também inalterada nos 64,8%. O número de novos postos de trabalho criados em Novembro, segundo as estimativas, deverá subir dos 14,5 mil do mês anterior, para 32 mil.
Iremos ter também o índice Ivey PMI que deverá subir de 52,0 para 53,1, a balança comercial deverá reduzir o défice de 1,3 mil milhões de dólares canadianos para 600 milhões e o PMI manufactureiro deverá mostrar uma queda de 51,1 para 50,8.

Suíça
Esta semana as atenções irão estar principalmente nos dados da inflação do mês de Novembro. As previsões apontam para que os preços em termos mensais continuem a cair ao mesmo ritmo do mês anterior, 0,1%, com a medida anual a subir de 0,6% para 0,7%.
Iremos ter os dados das vendas a retalho de Outubro que deverão mostrar um aumento de 0,1% em termos mensais, após a redução de 0,5% em Setembro, com a medida anual a aumentar de 2,2% para 2,6%.
O PMI manufactureiro deverá cair de 49,9 para 49,6 e a taxa de desemprego deverá subir de 2,6% para 2,7%.

China
Depois dos dados dos PMI oficiais, esta semana teremos os privados da Caixin. As estimativas apontam para que o índice manufactureiro suba ligeiramente de 50,3 para 50,6 e o do sector de serviços de 52,0 para 52,5.

Japão
Esta semana será uma semana mais ligeira de dados económicos.
Os ganhos médios salariais deverão mostrar uma aceleração do aumento de 2,5% do mês anterior, para os 2,6%, enquanto a despesa das famílias deverá continuar a encolher e a um maior ritmo. Depois de uma queda mostrada no mês anterior de 1,1%, as previsões apontam uma queda de 2,6% para este mês.

Nova Zelândia
Por aqui iremos ter os números das licenças de construção do mês de Outubro que, segundo as estimativas, deverão mostrar um aumento de 1,7%, desacelerando dos 2,6% do mês anterior.

Austrália
O destaque da semana vai para o PIB do terceiro trimestre, onde as previsões apontam para um crescimento trimestral da economia australiano de 0,5%, acelerando dos 0,2% apresentados no segundo trimestre. Em termos anuais, o PIB deverá mostrar uma aceleração de 1% para 1,1%.
As atenções irão estar também nas vendas a retalho do mês de Outubro, com as estimativas a apontarem para um aumento de 0,3%, acelerando dos 0,1% do mês de Setembro.
A medida de inflação do Melbourne Institute deverá mostrar uma subida mensal de 0,2%, desacelerando dos 0,3% do mês anterior, tal como os anúncios de emprego do ANZ.
As licenças de construção deverão mostrar um aumento de 1,2%, desacelerando dos 4,4% do mês anterior.
Os lucros operacionais do tecido empresarial do terceiro trimestre deverão mostrar um crescimento de 0,6%, recuperando da queda de 5,3% do trimestre anterior.
A balança comercial de bens de Outubro deverá, segundo as previsões, mostrar um excedente de 4,58 mil milhões de dólares australianos, reduzindo dos 4,61 mil milhões do mês anterior.



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