Semana Revista
Inflação, tarifas e geopolítica

Semana Revista Inflação, tarifas e geopolítica

Uma semana com uma agenda económica focada nos dados da inflação, que contou com ameaças de aumento de tarifas aduaneiras, com um acordo de cessar-fogo e ainda com mais tensões políticas em França.



Logo no início da semana, o presidente eleito Donald Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, e uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos oriundos da China. O México já ameaçou retaliar, enquanto o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau disse estar preparado para trabalhar com os Estados Unidos de "maneiras construtivas". A China também deverá retaliar, e podemos estar no caminho de uma escalada de retaliação semelhante à que vimos na guerra comercial anterior de Trump. Na teoria, Trump poderá implementar tarifas aduaneiras com uma ordem executiva no primeiro dia na Casa Branca. Na prática, poderá não ser assim tão imediato, já que as tarifas irão estar ligadas aos planeados cortes de impostos, num pacote legislativo mais complexo que levará algum tempo a passar no Congresso.





Israel e o Hezbollah concordaram com um cessar-fogo que entrou em vigor esta semana. Israel pode considerar o seu objectivo no Líbano cumprido, com a maioria da liderança do Hezbollah eliminada e grande parte do seu arsenal destruído. Apesar deste acordo no Líbano ser um sinal de esperança numa região atormentada por conflitos, há um longo caminho para uma paz sustentável.
Na melhor das hipóteses, o acordo encerra um conflito que dura há mais de um ano e pode abrir caminho também para uma trégua em Gaza. A questão para o Líbano é se a trégua será mantida, com ambas as partes a acusarem-se mutuamente de violar o acordo de cessar-fogo.
Independentemente das boas notícias no Líbano, o conflito na região permanece e as operações de guerra de Israel continuam em Gaza.





A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, deu ao primeiro-ministro Michel Barnier até segunda-feira para aceder às suas exigências orçamentais antes de decidir se vai derrubar o governo.
No início da próxima semana o governo francês minoritário deverá aprovar um orçamento, o que pode resultar numa moção de censura contra o governo, potencialmente levando a um colapso do mesmo. O ministro das Finanças francês, Antoine Armand deu a entender que é melhor ter um orçamento que não é exactamente o desejado, em vez de não ter orçamento nenhum.
Marine Le Pen exige que o primeiro-ministro Michel Barnier faça alterações ao seu orçamento no valor de 60 mil milhões de euros até segunda-feira ou derrubará o governo. As suas exigências incluem o abandono de uma proposta para reduzir os reembolsos de medicamentos, solicitar uma moratória sobre impostos novos ou mais elevados para a maioria dos indivíduos e promulgar medidas de migração mais duras, entre outras políticas. Barnier concordou ontem com uma das principais reivindicações do RN, a redução do imposto sobre a electricidade. Deverá aprovar a parte do orçamento para a segurança social já na segunda-feira, mas os partidos da oposição à esquerda ameaçaram com uma moção de censura se o fizer. Le Pen poderá então apelar ao seu partido para apoiar a moção e derrubar o governo até quarta-feira.
Com os riscos políticos a aumentar em França, a ampliação do spread entre títulos franceses e alemães saltam para o nível mais elevado desde 2012.





Na agenda económica da semana o foco dos mercados estava colocado na inflação tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos.
Na zona do euro, a inflação acelerou em Novembro, mas menos do que o esperado. A taxa de inflação aumentou de 2,0% de Outubro para 2,3%, em linha com as expectativas, mas a inflação subjacente permaneceu inalterada em 2,7%.
Nos Estados Unidos, a inflação geral do PCE subiu para 2,3% em Outubro de 2,1% em Setembro, conforme esperado, enquanto a inflação subjacente acelerou para 2,8%, também em linha com as expectativas.
No geral, o processo desinflacionário tanto deste lado, como do outro lado do Atlântico continua bem encaminhado.





As minutas da última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos mostraram que os membros do FOMC estão optimistas de que a inflação está a diminuir e o mercado de trabalho continua sólido, suportando a possibilidade de mais cortes de taxas de juro, mas a um ritmo mais moderado.
Os responsáveis do Fed fizeram notar que as decisões de política monetária dependem de tendências económicas e alertaram contra cortes prematuros nas taxas. Alguns participantes sugeriram manter as taxas em níveis restritivos se a inflação se mantiver persistente, enquanto outros defenderam cortes acelerados se os mercados de trabalho enfraquecerem. Na reunião evitaram abordar as implicações económicas da recente vitória eleitoral presidencial de Donald Trump, mas reconheceram a necessidade de flexibilidade.





Os mercados financeiros têm antecipado um ritmo mais acelerado de redução das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, especulando um corte de 50 pontos com base já na próxima reunião, antes do final do ano. Esta expectativa tem sido alimentada pela desaceleração da inflação, pela contracção da actividade económica, evidenciada pelos índices PMI, e pelas palavras de vários membros do Conselho de Governadores do BCE .

No entanto, Isabel Schnabel, membro do Conselho Executivo do BCE, apresentou uma visão mais cautelosa. Segundo a mesma, a confirmarem-se as projecções do BCE, o banco central poderá proceder a uma redução gradual da taxa directora até um nível neutro, estimado entre 2% e 3%, não muito distante do nível actual de 3,25%. Schnabel defendeu que não há espaço para cortes de 50 pontos com base neste cenário e destacou a discrepância entre as expectativas pessimistas de várias sondagens e os dados económicos concretos, que indicam que a União Europeia não está à beira de uma recessão.

Em contrapartida, François Villeroy de Galhau, governador do Banco de França, reiterou a possibilidade de um corte de impostos superior a 25 pontos com base na próxima reunião de política monetária. Além disso, sugeriu que a taxa diretora poderia ser reduzida abaixo do nível neutro para estimular o crescimento económico.

Face a estas divergências, a incerteza sobre o futuro da política monetária do BCE continua elevada. Os mercados aguardam ansiosamente por mais sinais sobre a orientação futura do banco central.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos, uma semana mais curta com feriado de Thanks Giving Day e Black Friday com o mercado a meio gás, fez com que a divulgação dos muitos indicadores económicos esta semana se concentrassem praticamente na terça e quarta-feira.
A medida preferida do Fed para a inflação foi a que atraiu mais as atenções do mercado, mas acabou por sair bem em linha com as estimativas. Os preços a nível mensal subiram 0,3%, ao mesmo ritmo do mês anterior, enquanto a medida anual subiu para 2,8%, ligeiramente acima dos 2,7% estimados e do mês anterior. O índice de preços PCE teve um aumento mensal de 0,2%, também em linha com o mês anterior e com as estimativas, e em termos anuais aumentou um pouco acima do esperado, de 2,1% para 2,2%. Os gastos pessoais aumentaram 0,4%, como estimado, mas com a leitura do mês anterior a ser revista em alta, enquanto o rendimento pessoal subiu 0,6%, ficando bem acima do estimado e o do mês anterior, de 0,3%.
No mercado imobiliário tivemos o índice de preços das casas da S&P/Case-Shiller que mostrou uma desaceleração dos 5,2% do mês anterior, para 4,6%, acima das estimativas de 4,5%. As vendas de casas novas de Outubro caíram mais do que o estimado de 738 mil para 610 mil contra 724 mil, enquanto as vendas pendentes de casas contrariaram as estimativas que apontavam para uma queda de 4,1%, após o aumento revisto em alta de 7,5% no mês passado, aumentando 2,0%.
Os mercados estiveram também atentos ao índice de confiança do consumidor da Conference Board que subiu dos 109,6 revisto em alta, para 111,7, abaixo das estimativas de 112,0.
As encomendas de bens duradouros subiram em Outubro 0,2%, acima das previsões que apontavam para 0,2%, após a queda de 0,7% em Setembro. Sem encomendas de transportes, as encomendas desaceleraram dos 0,5% do mês anterior, subindo 0,1%.
A segunda estimativa do PIB do segundo trimestre confirmou a leitura inicial de um crescimento económico de 2,8%.
Os habituais números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego caíram dos 215 mil revistos em alta na semana passada, para 213 mil, mantendo-se em mínimos dos últimos seis meses.
O índice manufactureiro de Richmond manteve-se nos -14 contra estimativas de uma subida para -10 e o Chicago PMI caiu de 41,6 para 40,2, contrariando estimativas de uma subida para 44,9.
O défice da balança comercial de bens em Outubro deverá mostrar uma redução dos 108,2 mil milhões de dólares do mês anterior para 99,1 mil milhões, abaixo dos 100 mil milhões estimados.
Tivemos ainda os números preliminares dos inventários grossistas mostraram um aumento de 0,2%, desiludindo os mercados que esperavam por uma redução de 0,1%, após a redução de 0,2% no mês anterior.

Na Zona do Euro, todas as atenções estiveram focadas nos dados da inflação.
Antes dos dados agregados da Zona Euro, fomos tendo a divulgação de dados regionais. Começamos por obter os dados de Espanha, com os preços a nível mensal a subirem 0,2%, abaixo dos 0,3% estimados, com a inflação anual a subir de 1,8% para 2,4% e a inflação subjacente a cair de 2,5% para 2,4%. Seguiu-se a Alemanha, com os preços a caírem 0,2% em termos mensais e a inflação anual a subir de 2% para 2,2%. Em França, os preços caíram no mês, 0,1%, contra um aumento esperado de igual valor, com a inflação anual a ficar nos 1,3%.
Os dados da inflação da Zona Euro mostraram uma queda mensal dos preços de 0,3%, com a inflação anual a subir de 2% para 2,3%, abaixo das estimativas de 2,4%, e com a inflação subjacente a manter-se nos 2,7%, contra estimativas de uma subida para 3%.
Na Alemanha, logo no início da semana tivemos o importante índice de confiança empresarial IFO, que caiu ainda mais do que o esperado, de 86,5 para 85,7 (face a 86,1 estimado). Também o índice de confiança do consumidor da GfK caiu mais do que o estimado, de -18,4, revisto em alta, para -23,3, face aos -18,8 esperados. A taxa de desemprego de Novembro manteve-se nos 6,1%. Por fim, as vendas a retalho caíram 1,5%, bem mais do que a queda estimada de 0,5%, após o aumento revisto em alta do mês anterior de 1,6%.

No Reino Unido tivemos uma semana mais tranquila, com a divulgação dos números da aprovação de hipotecas que aumentaram de 66 mil para 68 mil, contrariando estimativas de uma queda para 65 mil e os dos empréstimos líquidos a particulares que aumentaram de 3,8 mil milhões de libras, para 4,5 mil milhões, bem acima dos 4,1 mil milhões de libras esperados pelo mercado.

No Canadá o destaque foi para os números do crescimento económico do terceiro trimestre. O PIB mostrou um crescimento trimestral de 0,3%, abaixo dos 0,5% do trimestre anterior e dos 0,4% estimado pelo mercado. Em termos anuais cresceu 1%, em linha com as previsões, desacelerando dos 2,2% revistos em alta do trimestre anterior. O PIB mensal de Setembro mostrou um crescimento de 0,1%, face aos 0,3% estimados pelo mercado e após uma estagnação verificada no mês anterior.
Os números da conta-corrente mostraram uma queda no défice revisto em baixo de 4,7 mil milhões de dólares canadianos do trimestre anterior, para 3,2 mil milhões, contrariando as previsões que apontavam um aumento para 8,6 mil milhões de dólares canadianos.

Na Suíça, o PIB esteve também no centro das atenções. A economia suíça cresceu 0,4% no terceiro trimestre, um pouco abaixo das estimativas de 0,5%, desacelerando dos 0,6%, revistos em baixo, do trimestre anterior. Em termos anuais aumentou dos 1,5%, revistos em baixo, no trimestre anterior para 2%, acima do esperado pelo mercado.
O barómetro económico KOF subiu de 99,7, revisto em alta, para 101,8, superando as estimativas que apontavam para 100,1.

China, tivemos uma semana tranquila, com as atenções a irem para os dados da actividade económica privada que foram divulgados já com os mercados encerrados.
O PMI manufactureiro mostrou uma subida de 50,1 para 50,3 ligeiramente acima das estimativas do mercado de 50,2, e o PMI de serviços recuou dos 50,2 para 50,0, ficando em cima da linha que separa a contracção da expansão.

No Japão tivemos uma semana relativamente bem preenchida de indicadores económicos, onde o destaque esteve nos dados da inflação de Tóquio.
A inflação de Tóquio subiu mais do que o estimado, de 1,8% para 2,6%, ultrapassando bem os 1,9% previstos. Sem alimentos nem energia, a inflação subiu de 1,8% para 1,9%, ficando ligeiramente abaixo dos 2% estimados pelo mercado. A medida mais seguida pelo Banco do Japão, sem alimentos frescos, subiu de 1,8% para 2,2%, também bastante acima das estimativas que apontavam para 2,1%.
A taxa de desemprego subiu de 2,4% para 2,5%, bem em linha com o esperado.
Os números da produção industrial aumentaram dos 1,6% de Setembro para 3% em Outubro, ficando aquém das estimativas que apontavam para 3,8%.
As vendas a retalho aumentaram 1,6%, acima dos 0,7% do mês anterior, mas ficaram bem abaixo das estimativas que apontavam para um aumento de 2,1%.
O índice de confiança do consumidor de Novembro subiu de 36,2 para 36,4, em linha com as estimativas do mercado.
Para terminar tivemos os números do início de construção de casas de Outubro que mostraram uma queda de 2,9%, bem mais do que o previsto de 2%, acelerando a queda de 0,6% em Setembro.

Na Nova Zelândia a semana começou com os dados das vendas a retalho do terceiro trimestre que mostraram uma queda de 0,1% em termos trimestrais contra previsões de um aumento de 0,6%, após a queda de 1,2% do trimestre anterior. Em termos anuais as vendas caíram 2,5%, contrariando as estimativas que apontavam para um crescimento de 2%. Sem gasolina nem automóveis, as vendas caíram 0,8% no trimestre, mais do que a queda prevista de 0,3%, ainda assim menor do que a queda de 1% do trimestre anterior.
O défice comercial de Outubro reduziu para 1544 milhões de dólares neozelandeses, mais do que os 1760 milhões estimados, caindo dos 2154 milhões de dólares neozelandeses no mês de Setembro. Em termos homólogos, as exportações aumentaram 7,5% e as importações 3%.
O índice de confiança empresarial do ANZ caiu de 65,7 para 64,9, contrariando as estimativas que apontavam para uma ligeira subida para 66,0.

Na Austrália o destaque da semana foi para os dados da inflação do mês de Outubro que se manteve inalterada nos 2,1%, em termos anuais, mas a inflação sem 30% dos itens mais voláteis, a medida mais observada pelo banco central australiano, subiu de 3,2% para 3,5%.
Tivemos ainda os números trimestrais da produção em construção que mostraram um aumento de 1,6%, bem acima dos 0,5% previstos, acelerando dos 1,1% revistos em alta do segundo trimestre.


Os Bancos Centrais



The Reserve Bank of New Zealand
Como esperado pelos mercados, o banco central neozelandês reduziu a sua taxa directora em 50 pontos base, de 5,25% para 4,75%. O Governador Orr sinalizou que continuaria a reduzir as taxas de juro e não descartou um novo corte de 50 pontos base na reunião de Fevereiro.

The People's Bank of China
Também como amplamente esperado, o Banco Popular da China manteve inalterada a sua facilidade de empréstimo a médio prazo a um ano (MLF) nos 2,0%.


Mercados accionistas



Apesar das ameaças de mais tarifas aduaneiras por parte de Donald Trump quando chegar à Casa Branca, os mercados accionistas até reagiram relativamente bem, com os principais índices, na sua grande maioria a terminarem a semana em terreno positivo.
Já se avaliarmos o desempenho dos mercados accionistas durante todo o mês de Novembro, que terminou esta semana, destacam-se os mercados norte-americanos, com os restantes entre ganhos e perdas.

Na Ásia, com excepção das praças de Tóquio e de Seul, as restantes praças conseguiram terminar esta semana em terreno positivo.
No Japão, a valorização do iene pressionou os principais índices, com o Nikkei a recuar 0,35% e o Topix 0,59%.
As expectativas de estímulos por parte do governo chinês levou os mercados para ganhos, onde o CSI300 ganhou 1,32%, o Shanghai Composite 1,81% e o Hang Seng 1,01%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,51% e o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 1,86%, depois de dados económicos que desiludiram os investidores.

Na Europa, as expectativas de cortes de taxas de juro por parte do Banco Central Europeu continuam a dar suporte ao mercado.
O índice Euro Stoxx 600 avançou esta semana 0,35% e o Euro Stoxx 50 0,31%.
Na Alemanha, o índice DAX liderou os ganhos esta semana subindo 1,58%, enquanto o CAC 40, de França, recuou 0,27%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100, avançou 0,31%.
O PSI, em Portugal, avançou marginalmente 0,15%.

Nos Estados Unidos, foi mais uma semana de ganhos, com os índices Dow Jones e S&P 500 a registarem novos fechos recorde, assim como o índice de pequenas empresas Russell 2000, continuando impulsionados pelas expectativas relativamente à futura política proteccionista da Casa Branca.
O índice Dow Jones liderou os ganhos, subindo 1,39%, o S&P 500 1,06% e o Nasdaq 1,13%.

No mês de Novembro, os mercados asiáticos e europeus registaram ganhos e perdas, enquanto nos Estados Unidos os principais índices registaram dos melhores desempenhos mensais deste ano.
Na Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, em conjunto com o Kospi da Coreia-do-Sul, registaram os piores desempenhos do mês, caindo respectivamente 4,7% e 5,4%. Já o mercado australiano liderou os ganhos, com o índice ASX 200 a avançar 3,13%.
Na Europa, o CAC 40, de França, liderou as perdas, caindo 2,60%, enquanto o DAX, na Alemanha, liderou os ganhos, subindo 1,93%.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones registou o melhor mês do ano (+7,5%), o S&P 500 5,7% e o Nasdaq 6,2%, enquanto o Russell 2000 disparou 10,8%, também o seu melhor desempenho mensal deste ano.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



Ao fim de oito semanas consecutivas em alta, o dólar norte-americano termina esta semana em perdas, recuando de um máximo de dois anos atingido na semana anterior, caindo 1,64%, a maior queda desde Agosto deste ano.
Já o iene foi a moeda de economias desenvolvidas que mais ganhou esta semana, ganhando 3,2% face ao dólar e 1,8% face ao euro, logo seguida do franco suíço que ganhou 1,43% face ao dólar.

O índice do dólar, DXY, começou a semana a negociar a 106,90 para terminar em torno de mínimos a 105,75, tendo ainda registado um máximo da semana a 107,45.

O euro recuperou dos mínimos da semana passada e do ano, impulsionado pelo recuo nas expectativas de um corte de 50 pontos base na reunião do mês de Dezembro. Isabel Schnabel, reconhecida hawk disse esta semana que vês pouco espaço para cortes agressivos nas taxas de juro do euro, dando suporte à moeda única.
O EUR/USD começou a semana a negociar a 1,0479, chegou a registar um mínimo a 1,0425, para recuperar e terminar a 1,0578, depois de ter chegado a um máximo de 1,0597.

O iene japonês negociou esta semana em fortes ganhos, depois dos dados da inflação abrirem a porta à forte possibilidade de uma subida de taxas de juro por parte do Banco do Japão, na reunião do mês de Dezembro.
O USD/JPY registou a maior queda desde Julho deste ano ao cair de máximos da semana em torno de 154,70, para terminar em mínimos da semana a 149,47.
O EUR/JPY registou o mesmo padrão, com o preços a cair dos 162,10 até 158,05.

O franco suíço também registou ganhos interessantes esta semana, com o USD/CHF a começar a semana a negociar a 0,8905 e chegar a atingir um máximo de 0,8920, para terminar a 0,8813, muito perto do mínimo de 0,8796.
O EUR/CHF começou a semana em máximos de 0,9345 para terminar a 0,9321, recuperando de um mínimo de 0,9270.

A libra, após as perdas da semana passada, voltou esta semana a negociar em ganhos.
O GBP/USD subiu dos níveis de abertura da semana a 1,2591 para terminar a 1,2737, recuperando de um mínimo de 1,2507.
O EUR/GBP abriu a semana a negociar a 0,8324, chegou a atingir um máximo de 0,8365, para terminar a semana em mínimos a 0,8305.

O dólar canadiano registou esta semana fortes perdas, após Donald Trump ter anunciado que irá impor 25% de tarifas nos produtos de origem canadiana.
O USD/CAD que começou a semana a negociar a 1,3951, registou um máximo de quatro anos ao negociar a 1,4178, para recuar e terminar a semana a negociar a 1,4005.
O EUR/CAD começou a semana a negociar a 1,4622, registou um mínimo de 1,4594, para terminar a 1,4814, recuando de um máximo de 1,4860.

Das moedas emergentes o real brasileiro foi a moeda que mais perdeu, seguida pela lira turca e ainda com o peso mexicano a registar perdas acentuadas.

O real brasileiro negociou acima de 6,10 reais face ao dólar pela primeira vez desde que há registos. Terminou a semana a negociar a 5,97, uma queda semanal em torno de 3%. Já face ao euro caiu cerca de 4,5%, tendo registado um mínimo dos últimos três anos.
As perdas seguiram-se ao anúncio do governo federal de um corte de despesas de 12 mil milhões de dólares no seu plano orçamental, ficando aquém das esperanças do mercado de cortes mais profundos e aumentando os receios de uma inflação mais elevada e de maiores riscos de crédito devido a défices insustentáveis.

A lira turca continua a negociar em mínimos históricos, tendo esta semana perdido face ao dólar 0,44% e face ao euro 2%.
O USD/TRY registou um novo máximo de sempre de 34,77 e o EUR/TRY terminou a semana a negociar a 36,80, depois de a ter iniciado a 36,04.

O peso mexicano registou um novo mínimo de mais de dois anos face ao dólar, após Donald Trump ter anunciado que irá colocar tarifas de 25% nos produtos importados do México.
O USD/MXN que terminou em torno dos níveis com que iniciou a semana a 20,38, atingiu um máximo de mais de dois anos ao negociar a 20,83.
O EUR/MXN continuou a negociar em torno dos recentes máximos, terminando a semana a negociar a 21,55.

Neste mês de Novembro, o índice do dólar ganhou 1,73%. A moeda de economias desenvolvidas que mais valorizou foi o iene japonês que ganhou perto de 5% face ao euro (4,9%) e 2,4% face ao dólar.
Nas moedas emergentes o real brasileiro foi a mais perdedora, caindo face ao dólar 3,7% e face ao euro 1%.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Depois dos ganhos da semana passada, os preços do petróleo voltaram a cair, com os receios da escalada do conflito na Ucrânia a abrandarem e ainda pelo acordo atingido entre Israel e o Líbano para um cessar-fogo, alimentando esperanças de um abrandamento das tensões no Médio Oriente. Os preços caíram esta semana um pouco mais de 4%, enquanto no mês de Novembro a queda foi um pouco acima dos 1%.

O Brent começou a semana a negociar em máximos a $74,80 por barril para terminar em torno de mínimos a $72,10.
O mesmo sucedeu com o WTI que terminou a semana em mínimos de $68,15 por barril, após ter começado a semana em torno de máximos a $71,45.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

As yields obrigacionistas recuaram, as expectativas de cortes de taxas de juro tanto do euro como do dólar abrandaram e nem um dólar mais fraco conseguiu mais do que evitar quedas maiores nos preços do ouro, que registou esta semana uma queda de 1,9%. Relativamente ao mês de Novembro o ouro perdeu 3,2%.

A onça de ouro começou a semana a negociar em torno de máximos a $2711,00 para terminar a $2650,00, recuperando de um mínimo de $2605,50.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



O que pensa sobre este tema?