EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

Uma vez mais, expectativas divergentes relativamente ao caminho das taxas de juro por parte da Reserva Federal e do Banco Central Europeu dirigem o EUR/USD que segue a registar novos mínimos do ano.

O indicador económico de referência da semana, o PMI, só iria ser divulgado no último dia, até lá seria expectável que o EUR/USD seguisse a negociar consolidando as perdas da semana anterior, ou mesmo registando uma ligeira correcção. Mas o mercado, sem indicadores económicos que o possam impactar, fica ainda mais exposto ao fluxo noticioso.

A Ucrânia atacou território russo com mísseis de fabrico ocidental, após autorizado pelos Estados Unidos. Tal levou a uma resposta imediata por parte de Vladimir Putin que alterou a doutrina nuclear russa, permitindo uma utilização mais ampla de armamento nuclear em caso de ataque ao seu território e posteriormente utilizou um míssil balístico de alcance intermédio contra a cidade de Dnipro, no leste da Ucrânia.

O EUR/USD ainda ensaiou no início da semana uma correcção que o levou até ao máximo da semana acima de 1,0600, mas a escalada no conflito entre a Ucrânia e a Rússia, impulsionou o dólar, ao mesmo tempo que pressionava o euro, levando de novo o par para a tendência descendente e para novos mínimos do ano.

Durante toda a semana fomos ouvindo responsáveis do Banco Central Europeu. Na sua maioria apontam para que o objectivo dos 2% da inflação seja atingido mais rapidamente do que o inicialmente previsto, apontando para um aumento do ritmo de cortes de taxas de juro. Stournaras, do Banco da Grécia, referiu a possibilidade de reduções sucessivas de 25 pontos, enquanto outros apelaram para alguma cautela nos cortes. Entretanto, Lagarde sublinhava a vulnerabilidade da Europa a guerras comerciais, provavelmente tendo em mente as possíveis tarifas que a próxima administração Trump possa vir a implementar.

Do lado da Reserva Federal a cautela foi também a palavra de ordem, com os diversos membros que se foram fazendo ouvir a referir que as taxas seguem ainda restritivas, defendendo a continuação da sua redução, mas de forma gradual.

Os dados da actividade económica privada mostraram que a economia norte-americana segue sólida, com o PMI composto em expansão e a continuar a subir, já na Zona Euro os PMI decepcionaram os mercados (ou o BCE?), com o índice composto em contracção, assim como o índice de serviços que tem sido o suporte do (pouco) crescimento económico da Zona Euro.
Os mercados reagiram de imediato, com o EUR/USD a cair até um mínimo de 1,0332, nível que não se registava desde Novembro de 2022.

O diferencial das yields das obrigações a 2 anos do dólar e do euro terminou a semana a atingir um novo máximo, 235 pontos, o que não acontecia desde Novembro de 2022. Os mercados, após os dados dos PMIs, vêem uma probabilidade de 50/50 para um corte de 25 ou 50 pontos base por parte do BCE em Dezembro, enquanto a FedWatch Tool terminou a semana a mostrar uma probabilidade de 53/47 para um corte de 25 pontos base ou a manutenção de taxas.

Esta semana, que vai ter o importante feriado norte-americano do Dia de Acção de Graças, ao qual se segue a Black Friday, os mercados vão estar especialmente atentos aos dados da inflação.
Na Zona Euro serão os últimos antes da reunião do BCE no próximo dia 12 de Dezembro. Os mercados estão a estimar uma subida de 2,0% para 2,4%, com a inflação subjacente a subir de 2,7% para 3%.
Nos Estados Unidos, os mercados esperam que a medida preferida do Fed mostre um aumento dos preços a nível mensal de 0,3%, com a medida anual a manter-se nos 2,7%.

Na minha opinião, a volatilidade poderá voltar a aumentar esta semana. Um feriado que leva a uma redução da liquidez e da profundidade do mercado, um fim-de-semana prolongado aumentando os receios de uma escalada nas várias frentes de tensões geoestratégicas e a divulgação de dados da inflação, parecem ser mais que suficientes para alimentar essa volatilidade.
Mas os riscos parecem pesar mais no euro e suportar mais o dólar e esse aumento de volatilidade só irá ajudar ainda mais a levar o EUR/USD para novos mínimos.
O recente mínimo de 2023 a 1,0448 era a última referência relevante antes da paridade, onde o mercado coloca agora os olhos.
Uma inflação acima do esperado na Zona Euro poderá deixar o EUR/USD respirar um pouco, tal como um Core PCE Price Index a mostrar-se acima das estimativas. Já um aumento de tensões, com o mercado a entrar em modo de aversão ao risco poderá acelerar as perdas do EUR/USD.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


Mais uma semana, mais um mínimo do ano no EUR/USD. O par terminou a semana a negociar abaixo do mínimo de 2023 a 1,0448 e registou um novo mínimo do ano a 1,0332, nível que não era alcançado desde Novembro de 2022.

No gráfico semanal, tanto o RSI como o MACD não mostram nada de novo, continuando a mostrar a falta de momentum do par, privilegiando a tendência descendente que o par vem a traçar desde finais de Setembro.

O quebrar do mínimo relevante de 2023 a 1,0448 deixou exposto o fortíssimo nível psicológico dado pela paridade, sendo que no gráfico semanal o suporte natural só é encontrado no mínimo de 2022, bem abaixo da paridade, a 0,9535.

O EUR/USD continua em forte tendência descendente. O quebrar do mínimo da semana passada (e deste ano) a 1,0332, poderá dar força ao par para um teste a um suporte intermédio antes da paridade a 1,0200, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023. O ultrapassar deste suporte deixará então como próximo objectivo psicológico a paridade.

Uma inversão do forte movimento descendente irá encontrar uma primeira resistência na área 1,0448/1,0500 (mínimo 2023/nível psicológico) antes da resistência mais forte dada pela área 1,0601/1,0610 (máximo da semana passada/mínimo de Abril de 2024).

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD ainda ensaiou uma correcção, levando o preço a recuperar até à área de resistência em torno de 1,0600, que não conseguiu quebrar, dando origem a mais um forte movimento na tendência descendente que vem a traçar e atingindo um novo mínimo do ano a 1,0332.

Nos indicadores de momentum nada de novo. O RSI e o MACD continuam a mostrar o forte momentum negativo do par, continuando sem entrar ainda em terreno de sobre venda.

O EUR/USD segue em forte tendência descendente e o quebrar do mínimo de 2023 e do nível psicológico de 1,0500 deixou os mercados de olhos postos no próximo grande objectivo, o da paridade.
O quebrar do mínimo da semana passada a 1,0332 poderá confirmar esse mesmo alvo, tendo um objectivo intermédio nos 1,0212, dado pelos 161,8% da projecção Fibonacci do movimento máximo deste ano / mínimo de Outubro / máximo de Novembro.

Uma inversão da actual tendência descendente irá encontrar uma primeira resistência na área 1,0448/1,0500 (mínimo de 2023/nível psicológico) antes da área 1,0601/1,0610 (mínimo de Abril/máximo da semana passada). O ultrapassar desta última resistência poderá indicar uma correcção mais ampla, com o objectivo a poder estar nos 61,8% Fib do movimento máximo/mínimo de Novembro a 1,0705.


Resistências - Suportes

1,0500 - 1,0332

1,0610 - 1,0212

1,0705 - 1,0000


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