EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O BCE voltou a cortar taxas e o EUR/USD a fazer um novo mínimo dos últimos meses. Serão os PMI esta semana que irão dar novo impulso ao mercado?

Apesar do corte de 50 pontos por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos, acima dos tradicionais 25 pontos base, na sua taxa de juro, o dólar acabou por receber suporte de bons dados da economia norte-americana, em particular do mercado de trabalho, que é neste momento a principal preocupação do Fed. Suportando ainda mais o EUR/USD vieram ainda os dados da inflação, que baixaram menos do que o estimado pelos mercados.
Do outro lado, da Zona Euro, vieram PMIs uma vez mais abaixo das estimativas do mercado, que começaram de imediato a aumentar as expectativas de um novo corte de taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, o que acabou por suceder esta semana.

A declaração da política monetária e os comentários na conferência de imprensa sugerem que o BCE está num processo de reavaliação em baixa das perspectivas de crescimento e de inflação, embora isto só acabe por acontecer em Dezembro, quando serão conhecidas as novas projecções dos analistas do banco central. Christine Lagarde disse que “vamos determinar qual é a melhor taxa, qual é a melhor velocidade, até onde, até que ponto temos de ir para fazer com que a inflação regresse ao seu objectivo de médio prazo de 2%. É isso que faremos em Dezembro”.
Dois desenvolvimentos importantes desencadearam o corte das taxas em Outubro, bem como a reavaliação da extensão dos cortes das taxas no futuro.
Em primeiro lugar, o Conselho do BCE considerou que “as perspectivas de inflação são (…) afectadas pelas recentes surpresas negativas nos indicadores da actividade económica”.
Em segundo lugar, “as informações recebidas sobre a inflação mostram que o processo desinflacionista está no bom caminho”. Não só a queda global para 1,7% surpreendeu o BCE, como também a taxa de inflação dos serviços a descer significativamente entre Agosto e Setembro de 4,4% para 3, 9%.
Na conferência de imprensa, nas perguntas e respostas, a Sra. Lagarde observou que o risco para a inflação é agora mais negativo do que positivo. O Banco Central Europeu considera que “as condições de financiamento continuam restritivas”, o que sinaliza que existe uma margem significativa para que as taxas directoras desçam ainda mais.

O EUR/USD voltou na semana passada a registar um novo mínimo dos últimos meses, muito perto de 1,0800 (1,0811), com os mercados a contarem com mais cortes sucessivos do BCE nas suas taxas de juro.

Esta semana, teremos a primeira leitura, de um conjunto de quatro, que mais deverão pesar nas contas do Banco Central Europeu para a continuação do ciclo de cortes de taxas, os PMI.
O mercado está a contar com algum nível de estabilização na actividade económica, esperando por uma ligeira recuperação dos níveis mostrados na leitura anterior. Uma deterioração da mesma poderá voltar a acelerar as perdas do EUR/USD com os mercados mais perto de esperarem um corte de taxas no BCE de 50 pontos na próxima reunião. Já uma estabilização ou recuperação poderá levar mesmo a uma correcção das recentes perdas.

Mas esta semana poderá ser a calma antes da tempestade. Na semana seguinte iremos ter mais dados do mercado de trabalho norte-americano que tem vindo a ser um grande impulsionador de mercado e o dado mais de perto observado pelo Fed, sendo que na semana posterior iremos ter a reunião da Reserva Federal (dia 7 de Novembro), antecedida pelas eleições norte-americanas (dia 5 de Novembro), onde poderemos ter Donald Trump a voltar à Casa Branca, que aparenta ser o evento mais disruptivo dos mercados deste ano.

Em minha opinião, será necessário uma surpresa significativamente negativa por parte dos PMI na Zona Euro, para vermos uma aceleração das perdas do EUR/USD, apesar de termos ainda de contar com os PMI nos Estados Unidos.
Com tantos eventos importantes pela frente, com esta semana mais ligeira de dados e eventos, acredito mais na possibilidade de vermos um EUR/USD a corrigir as recentes perdas, podendo esta correcção ser tanto mais ampla, consoante os PMI mostrem mais ou menos recuperação. Sou de opinião que o EUR/USD possa acabar confinado entre a área de suporte 1,0750/1,0800 (que poderemos ver testada) e os 1,0960, ligeiramente acima do máximo da semana passada.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD depois de quebrar o nível psicológico de 1,1000 na semana anterior, na semana passada registou um novo mínimo de mais de dois meses ao negociar a 1,0811, terminando a 1,0864.

No gráfico semanal, o RSI começa esta semana abaixo da linha de 50 pela primeira vez desde Junho, dando um momentum negativo ao par, enquanto o MACD, apesar de acima de 0, segue agora com a linha de MACD abaixo da linha de Sinal.

O EUR/USD terminou a semana passada a testar o suporte dado pela Nuvem de Ichimoku semanal (1,0809/1,0862), abaixo dos 61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de Junho / máximo do ano e ainda da média móvel das 21 semanas (de momento a 1,0934).
A vela negativa da semana passada, após o doji da semana anterior poderá indiciar que o mesmo seja de continuação da tendência, com o objectivo deste cenário bearish no gráfico semanal a poder estar num teste ao suporte dado pela linha de tendência de mais longo prazo, em torno de 1,0750. O quebrar deste último suporte irá expor a referência dada pelo mínimo de Junho a 1,0666, antes do mínimo do ano a 1,0600.

Uma correcção do movimento registado nas últimas três semana irá começar por encontrar resistência a nível do máximo da semana passada a 1,0936 e da Média Móvel das 21 semanas a 1,0934, que se ultrapassado irá ter uma resistência mais forte no nível psicológico 1,1000.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD registou uma semana com um movimento em tudo parecido com o da semana anterior, desta vez registando um novo mínimo perto de 1,0800 (face a 1,0900 da semana anterior), recuperando desse mínimo para terminar a 1,0864 (contra 1,0933 da anterior).

O objectivo do double top formado em torno dos máximos do ano à volta de 1,1200, acabou por se poder considerar atingido, com o preço a atingir um mínimo a 1,0811.
O EUR/USD terminou a semana abaixo da importante média móvel dos 200 dias (de momento a 1,0882), colocando “peso” no preço. O quebrar do mínimo da semana passada a 1,0811, irá certamente dar força ao preço para um teste ao mínimo de Agosto a 1,0777, que se quebrado, irá expor a referência dada pelo mínimo de Junho a 1,0666.

Tanto o RSI como o MACD continuam a mostrar um momentum negativo para o par, mas o RSI terminou a semana a recuperar da área de sobrevenda que tocou durante a semana.

Após a recuperação do par na passada sexta-feira, poderemos assistir à continuação da correcção do forte movimento descendente que o EUR/USD tem vindo a registar, antes de retomar a tendência descendente.
O par irá encontrar uma primeira resistência na média móvel dos 200 dias (1,0882), que se ultrapassada irá expor a área de resistência mais forte 1,0936/1,0963 (máximo da semana passada / 38,2% Fibonacci Retracement do movimento 1,1209/1,0811). Acima desta área iremos encontrar o nível psicológico 1,1000, que se ultrapassado anulará o actual cenário bearish do par.


Resistências - Suportes

1,0882 - 1,0811

1,0936 - 1,0777

1,1000 - 1,0666


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