Semana Revista
O Banco Central Europeu

Semana Revista O Banco Central Europeu

A decisão de taxas de juro do Banco Central Europeu foi o acontecimento dominante da semana, onde os mercados continuaram ainda a seguir com atenção os acontecimentos no Médio Oriente.



O Banco Central Europeu reduziu as suas taxas directoras em 25 pontos base na reunião desta semana, tal como esperado pelos mercados. A declaração da política monetária e os comentários na conferência de imprensa sugerem que o banco central está num processo de reavaliação em baixa das perspectivas de crescimento e de inflação, embora isto só acabe por acontecer em Dezembro, quando serão conhecidas as novas projecções dos analistas do banco central. Christine Lagarde disse que “vamos determinar qual é a melhor taxa, qual é a melhor velocidade, até onde, até que ponto temos de ir para fazer com que a inflação regresse ao seu objectivo de médio prazo de 2%. É isso que faremos em Dezembro”. Dois desenvolvimentos importantes desencadearam o corte das taxas em Outubro, bem como a reavaliação da extensão dos cortes das taxas no futuro. Em primeiro lugar, o Conselho do BCE considerou que “as perspectivas de inflação são (…) afectadas pelas recentes surpresas negativas nos indicadores da actividade económica”. Em segundo lugar, “as informações recebidas sobre a inflação mostram que o processo desinflacionista está no bom caminho”. Não só a queda global para 1,7% surpreendeu o BCE, como também a taxa de inflação dos serviços a descer significativamente entre Agosto e Setembro de 4,4% para 3, 9%.
Na conferência de imprensa, nas perguntas e respostas, a Sra. Lagarde observou que o risco para a inflação é agora mais negativo do que positivo. O Banco Central Europeu considera que “as condições de financiamento continuam restritivas”, o que sinaliza que existe uma margem significativa para que as taxas directoras desçam ainda mais.

Estes comentários mais dovish do que o esperado pelos mercados, aumentam a possibilidade de uma aceleração do ritmo de corte de taxas de juro para 50 pontos base em Dezembro, que os mercados começam a precificar. Até à reunião de Dezembro, os analistas do BCE irão ter à sua disposição um conjunto substancial de dados, entre eles duas leituras de PMIs (a primeira já na próxima semana) e duas de dados da inflação, que serão fundamentais para as suas projecções que irão ser discutidas então no Conselho de Governadores.





No Médio Oriente o conflito entre Israel e o Hamas e o Hezbollah continua. Enquanto se continuava a aguardar pela resposta israelita ao ataque iraniano, que ainda não aconteceu, o exército israelita matou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, responsável pelo ataque de 7 de Outubro, no sul de Gaza. O Hezbollah apressou-se a anunciar que o conflito “avança para uma nova e crescente fase da sua guerra contra Israel”, enquanto o Irão disse que "o espírito de resistência será fortalecido". Depois de notícias que colocavam fora dos objectivos de retaliação israelita os alvos energéticos, uma notícia da Sky News Arabia referiu que o Ministro da Energia israelita terá dito que um ataque às instalações nucleares iranianas estaria em cima da mesa.
Os mercados continuam a seguir de perto todos os acontecimentos, sem que para já estes tenham tido um impacto relevante nos mercados financeiros.





Tivemos mais um conjunto de vozes da Reserva Federal a comentar a economia norte-americana, tecendo algumas considerações relativamente à politica monetária do banco central norte-americano.
No geral mostraram-se de alguma maneira surpreendidos pela força do mercado de trabalho, referiram que ainda há trabalho a fazer relativamente à inflação e apontam para um ritmo menor no corte de taxas de juro nos Estados Unidos.
Christopher Waller disse que a economia dos EUA está numa situação ideal e que a função do Fed é manter a economia nessa situação, uma vez que o mercado de trabalho continua saudável e a inflação está a regressar à meta de 2% e apelou a “mais cautela” nos próximos cortes de taxas de juro.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que está disposta a saltar um corte nas taxas numa das duas reuniões restantes do Fed deste ano.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos tivemos uma semana bem mais ligeira de indicadores económicos, com as atenções a irem especialmente para as vendas a retalho e para os novos pedidos de subsídio de desemprego.
As vendas a retalho em Setembro aumentaram 0,4%, acima das estimativas de mercado de 0,3% e da subida do mês de Agosto de 0,1%. Sem as vendas automóveis nem combustíveis as vendas aumentaram 0,7%, bem acima dos 0,1% estimados e do aumento de 0,3% revisto em alta do mês anterior.
O número semanal dos novos pedidos de subsídio de desemprego caiu dos 260 mil revisto em alta da semana anterior, para 241 mil, em linha com as estimativas do mercado.
A semana começou com a divulgação do índice manufactureiro de Nova Iorque que surpreendeu os mercados ao cair inesperadamente de 11,5 para -11,9, face a estimativas de 3,4. Já o índice manufactureiro do Fed de Filadélfia surpreendeu os mercados pela positiva ao subir de 1,7 para 10,3, face às estimativas de 4,2.
Tivemos os números da produção industrial que mostraram uma redução de 0,3%, anulando o crescimento de 0,3% do mês anterior, revisto em baixo, abaixo das estimativas que apontavam para uma queda de 0,1%.
Os inventários empresariais em Agosto aumentaram 0,3%, em linha com o esperado e com o aumento revisto de 0,3% em Julho.
No mercado imobiliário, começamos por ter o índice NAHB/Wells Fargo que subiu de 41 para 43, em linha com as estimativas. No último dia da semana os números das licenças de construção de Setembro mostraram uma queda de 2,9%, bem abaixo das estimativas de 0,1%, de 1,47 para 1,43 milhões, e o início de construção de casas mostrou uma queda inesperada de 0,5%, depois do aumento de 7,8%, revisto em baixo, do mês anterior e dos 1,8% esperados.

Na Zona do Euro, no que tocou a dados económicos, tivemos uma semana bastante tranquila.
A semana começou com o indicador alemão de confiança económica ZEW para a Zona Euro, que surpreendeu os mercados ao subir de 9,3 para 20,1, ficando bem acima dos 16,9 estimados pelo mercado. Para a Alemanha, o indicador disparou de 3,6 para 13,1, superando as estimativas de 10,2.
Tivemos os dados da produção industrial de Agosto que aumentou 1,8%, em linha com as estimativas, recuperando da queda revista em alta de 0,5% no mês de Julho. Os números da balança comercial de Agosto mostraram um excedente a cair dos 13,7 mil milhões de euros, revistos em baixo, para 11 mil milhões, ficando bastante aquém das estimativas do mercado um crescimento para 17,8 mil milhões de euros. Os números da conta corrente mostraram uma redução dos 40,8 milhões de euros revistos em baixa do mês de Julho, para 31,5 mil milhões em Agosto, contrariando as previsões que apontavam para um crescimento para 42,2 mil milhões de euros.
A leitura final da inflação voltou a surpreender, tendo sido revista em baixa dos 1,8% da leitura preliminar para 1,7%, com a inflação subjacente a manter-se nos 2,7%. Na Alemanha, o índice de preços grossistas voltou a cair, desacelerando dos -0,8% em Agosto, para 0,3% em Setembro, mas contrariando previsões que apontavam para um aumento de 0,2%.
Em Itália, os números da balança comercial registaram uma redução surpreendente do seu excedente de Julho de 6,8 mil milhões, revistos em alta, para 1,43 mil milhões, face a estimativas que apontavam para um excedente de 5,55 mil milhões. As exportações caíram 5,7% e as importações 6,7%.

No Reino Unido tivemos uma semana bem preenchida de indicadores de primeira linha.
A semana começou com os dados do mercado de trabalho que apresentaram um cenário misto. As ofertas de emprego caíram e a taxa de desemprego caiu inesperadamente de 4,1% para 4%. O número de pessoas empregadas aumentou 373 mil nos três meses até Agosto, acelerando face a um aumento de 265 mil no período anterior e superando as previsões do mercado de um aumento de 250 mil. O número de pedidos de subsídio de desemprego foi de 27,9 mil, acima dos cerca de 20 mil esperados e bem acima dos 300 revistos em baixo do mês anterior. A média salarial incluindo os bónus cresceu 3,8%, ficando abaixo das estimativas e do aumento de 4,1%, revisto em alta, do período anterior.
As atenções estavam especialmente voltadas para os dados da inflação, que podem dar um sinal mais preciso ao Banco de Inglaterra relativamente à decisão de cortes de taxas. Os preços a nível mensal ficaram estáveis, face a uma queda esperada de 0,1% e depois do crescimento de 0,3% no mês anterior. Em termos anuais a inflação caiu de 2,2% para 1,7%, bem abaixo dos 1,9% estimados pelo mercado, enquanto a inflação subjacente caiu de 3,6% para 3,2%, também muito abaixo dos 3,5% previstos pelo mercado, no valor mais baixo desde Setembro de 2021.
Por fim, tivemos os números das vendas a retalho do mês de Setembro que surpreenderam os mercados ao mostrarem um inesperado crescimento de 0,3%, contrariando as estimativas de uma queda de 0,3%, depois dum aumento de 1% no mês de Agosto.

No Canadá as atenções esta semana voltaram-se para a inflação, que saiu abaixo do esperado pelos mercados. Os preços em Setembro caíram 0,4%, mais do que os 0,2% estimados, enquanto a taxa de inflação anual caiu de 2% para 1,6%, face aos 1,8% estimados pelo mercado. Excluindo alimentação e energia os preços ficaram estáveis no mês de Setembro, com a medida anual a subir de 1,5% para 1,6%, contrariando as estimativas de se manter nos 1,5%. A medida observada mais de perto pelo Banco do Canadá, que exclui 40% dos itens mais voláteis, manteve-se nos 2,4%, em linha com o esperado, e a mediana nos 2,3%.
As vendas grossistas de Agosto caíram 0,6%, menos do que o estimado pelo mercado de 1,1%, depois de um crescimento revisto em baixo do mês anterior de 0,3%.
As vendas manufactureiras também caíram menos do que o estimado, 1,3% face a 1,5%, depois de um aumento revisto também em baixo de 1,1%.
O início de construção de casas subiu de 213 mil revisto em baixo do mês de Agosto, para 224 mil em Setembro, ficando abaixo das previsões que apontavam para 235 mil.

Na Suíça, começamos por ter a divulgação do Índice de Preços do Produtor que mostrou uma queda mensal em Setembro de 0,1%, contrariando as previsões de um aumento de 0,1%, depois do aumento de 0,2% do mês de Agosto.
Os números da balança comercial de Setembro caíram dos 4 mil milhões de francos suíços em Agosto, revistos em alta, para 3,9 mil milhões, superando largamente as estimativas do mercado que apontavam para um excedente de 1,8 mil milhões de francos suíços.

Na China tivemos uma semana bem preenchida de dados económicos.
Logo no fim-de-semana tivemos dados dos preços do mês de Setembro que mostraram uma inflação a cair de 0,6% para 0,4% em termos anuais, enquanto à porta das fábricas mostrou uma queda de 2,8%, maior do que os 2,5% estimados e após a queda de 1,8% no mês anterior.
Tivemos os números da balança comercial de Setembro que mostraram um excedente de 81,7 milhões de dólares, recuando dos 91 milhões de dólares em Agosto e contrariando as previsões de um aumento para 91,5 mil milhões de dólares.
Os bancos chineses concederam em Setembro 1,590 mil milhões de yuans em novos empréstimos em yuans de 2024, acima dos 900 mil milhões do mês anterior e superaram as estimativas do mercado de 1090 mil milhões de yuans.
No último dia da semana tivemos um importante conjunto alargado de indicadores económicos.
O PIB do terceiro trimestre mostrou um crescimento de 4,6% em termos anuais, em linha do esperado e abaixo dos 4,7% registados no segundo trimestre. Trimestralmente a economia cresceu 0,9%, acima dos 0,7% do segundo trimestre. O crescimento deste ano até à data é de 4,8%, ainda abaixo da meta de 5% do governo.
A nível mensal, a produção industrial em Setembro mostrou-se mais forte, aumentando 5,4%, acima dos 4,6% estimados e dos 4,5% do mês anterior.
Também as vendas a retalho cresceram mais do que o esperado, acelerando dos 2,1% do mês anterior, para 3,2%, superando as previsões que apontavam para 2,5%.
Os números do investimento em activos fixos saíram em linha com o mês anterior, subindo 3,4%, ligeiramente acima das estimativas de 3,3%.
A taxa de desemprego caiu inesperadamente de 5,3% para 5,1%.
Já o índice de preços das casas novas mostrou em Setembro uma queda de 5,7%, contrariando estimativas de um aumento de 0,4% e depois da queda de 5,3% no mês de Agosto.

No Japão as atenções esta semana estiveram nos dados da inflação que foram divulgados no último dia da semana.
Os preços em Setembro caíram inesperadamente 0,3% contrariando as estimativas de um aumento de 0,2%, após um aumento de 0,5% no mês anterior. A inflação anual caiu de 3% para 2,5%, abaixo dos 2,7% previstos pelo mercado, e a inflação subjacente, sem alimentos frescos, a medida mais atentamente seguida pelo Banco do Japão, caiu de 2,8% para 2,4%, ficando ligeiramente acima dos 2,3% estimados pelo mercado.
Tivemos os números da balança comercial de Setembro que mostraram uma redução do défice, revisto em baixa, do mês de Agosto de 470 mil milhões de ienes, para 190 mil milhões, bem abaixo do défice apontado pelas previsões de 490 mil milhões de ienes.
Tivemos ainda os números das encomendas de maquinaria, excluindo navios e centrais de energia, que mostraram uma inesperada queda em Agosto de 1,9%, depois da queda de 0,1% do mês anterior e do esperado pelo mercado.

Na Nova Zelândia, as atenções estiveram também colocadas nos dados da inflação, que convergiram para o intervalo alvo do banco central entre 1 e 3% pela primeira vez desde Março de 2021. A inflação em termos anuais caiu dos 3,3% do segundo trimestre para 2,2% no terceiro trimestre. A nível trimestral os preços no consumidor aumentaram 0,6% face a 0,4% no segundo trimestre, mas ainda assim ficaram ligeiramente abaixo da estimativa do mercado de 0,7%.
Tivemos também o índice de serviços BusinessNZ que se manteve estável nos 45,7, contra estimativas do mercado que apontavam para uma subida para 47,6.

Na Austrália as atenções foram inteiramente para os dados do emprego, que surpreenderam positivamente os mercados.
A economia australiana acrescentou 64,1 mil novos empregos, bem acima dos 42,6 mil revistos em baixo do mês de Agosto e superou largamente as estimativas do mercado que apontavam para 25,2 mil novos postos de trabalho. O número de empregos a tempo inteiro aumentou em 51,6 mil, enquanto o número de empregos em ”part-time” cresceu 12,5 mil.
A taxa de desemprego do mês de Agosto foi revista em baixo de 4,2% para 4,1%, mantendo-se estável em Setembro nos 4,1%, com a taxa de participação a subir para um novo máximo de 67,2%, acima do consenso e do mês anterior de 67,1%.


Os Bancos Centrais



Banco Central Europeu
Tal como amplamente esperado pelos mercados, o Banco Central Europeu cortou as suas taxas de juro em 25 pontos base. A taxa de depósitos caiu de 3,50% para 3,25% e a refinanciamento de 3,65% para 3,40%. A decisão foi tomada por unanimidade e a presidente Christine Lagarde não deu qualquer orientação futura, mantendo as decisões do BCE reunião a reunião, dependentes de dados.

O Banco Central da Turquia
O banco central turco manteve esta semana a sua taxa directora inalterada em 50% pela sétima reunião consecutiva. A declaração de política monetária não mudou significativamente em relação ao mês anterior.


Mercados accionistas



Foi mais do mesmo esta semana. Os mercados continuam atentos ao que se vai passando no Médio Oriente, sem que isso leve a um impacto visível nos mercados accionistas que seguem de uma forma geral positivos.
Estímulos do lado asiático (China) e expectativa de continuação de cortes nas taxas de juro, acabaram por suportar os mercados accionistas que vão avançando cautelosamente e, nalguns casos, continuando a registar novos máximos recorde.

Na Ásia os mercados accionistas tiveram comportamentos mistos durante esta semana.
O anúncio de estímulos e nalguns casos de detalhes dos mesmo por parte dos reguladores chineses trouxe pouco entusiasmo aos mercados. Se o índice CSI300 e o Shanghai Composite avançaram esta semana 0,98% e 1,36%, respectivamente, já o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 2,11%.
No Japão, o índice Nikkei caiu esta semana 1,56% e o Topix 0,64%.
Na Austrália, o índice ASX 200 acompanhou os mercados chineses, avançando 0,84%, na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 0,11%.
Na Índia, o índice Nifty 50 recuou 0,44%.

Na Europa as acções negociaram em ganhos, com o Banco Central Europeu a cortar de novo as suas taxas directoras.
O índice Euro Stoxx 600 avançou 0,66%, enquanto o índice Euro Stoxx 50 foi a excepção, recuando 0,37%.
Na Alemanha, o índice DAX ganhou 1,46% , liderando os ganhos na Europa, enquanto o CAC 40, de França, avançou 0,46%.
O FTSE 100, do Reino Unido, ganhou 1,27%, depois de dados do mercado de trabalho e das vendas a retalho acima do esperado, enquanto a inflação voltou abaixo dos 2%.
Esta semana, o índice PSI surpreendeu pela negativa, caindo 1,22%, contrariando o desempenho dos seus pares na Zona do Euro.

Nos Estados Unidos, os mercados accionistas continuaram esta semana a negociar em alta, registando novos máximos históricos, mesmo com um dólar mais forte e com yields obrigacionistas a continuarem a subir. Os dados acima do esperado das vendas a retalho deram maior confiança aos investidores relativamente aos resultados empresariais relativos ao terceiro trimestre que vão sendo apresentados, impulsionando o preço das acções.
O índice Dow Jones ganhou esta semana 0,96%, o S&P 500 0,85% e o Nasdaq 0,79%. O índice de pequenas empresas Russell 2000 registou melhor desempenho, ganhando 1,80%.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



A semana foi de novo caracterizada por um dólar norte-americano em alta, continuando a ter suporte nas incertezas geoestratégicas geradas pela situação no Médio Oriente. As Yields obrigacionistas que têm vindo a recuperar dos recentes mínimos têm também ajudado aos seus ganhos.
O índice DXY terminou em máximos de dos últimos dois meses e meio, a 103,30, depois de ter iniciado a semana em mínimos de 102,88, recuando de um máximo de 103,68.

O EUR/USD voltou esta semana a negociar em queda, com os mercados a esperarem pela terceira redução de taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, tendo registado um novo mínimo de quase três meses, após o anúncio desse corte.
O EUR/USD começou a semana a negociar em torno de máximos a 1,0933 para terminar a 1,0867, recuando de um mínimo de 1,0811, nível que não se registava desde 2 de Agosto deste ano.

A libra negociou esta semana entre ganhos e perdas depois dos dados do emprego se terem mostrado mistos, a inflação ter caído mais do que o estimado pelos mercados e ainda por dados de vendas a retalho acima do previsto pelos mercados.
Face ao dólar, a libra acabou por ceder esta semana algum espaço. Tendo começado a semana a negociar a 1,3069, terminou a 1,3051, com o cable a ficar contido entre um mínimo de 1,2974 e um máximo de 1,3103.
Já face ao euro registou fortes ganhos. O EUR/GBP atingiu um mínimo abaixo de 0,8300, o que não acontecia desde Abril de 2022, depois de ter começado a semana a negociar a 0,8369, ter registado um máximo de 0,8380, terminando a semana a negociar a 0,8327.

O iene japonês continua a negociar em perdas. Os mercados afastam cada vez mais a possibilidade de uma subida de taxas na próxima reunião de 31 de Outubro, com as expectativas a irem para a reunião de Dezembro, ou mesmo para terem uma nova subida apenas em 2025. Com o USD/JPY a aproximar-se dos 150, os mercados começam de novo a estar atentos à possibilidade de uma intervenção por parte do Banco do Japão. A pressionar o iene poderá estar ainda a proximidade das eleições gerais a terem lugar no próximo dia 27.
O USD/JPY começou a semana a negociar a 149,08 para a terminar a 149,53, depois de ter registado um máximo acima dos 150,00 (150,32).
O EUR/JPY ficou contido entre um mínimo de 161,85 e um máximo a 163,60, tendo começado a semana a negociar a 162,98 e terminado a 162,51.

O franco suíço voltou esta semana a negociar em perdas, continuando a recuar dos recentes máximos.
O USD/CHF começou a semana a negociar em torno de mínimos de 0,8569, para terminar a 0,8648, recuando de um máximo de 0,8670.
O EUR/CHF continua a registar níveis de volatilidade reduzidos, a ficar confinado entre 0,9353 e 0,9428, tendo iniciado a semana a negociar a 0,9372 e terminado a 0,9397.

A coroa norueguesa, das economias desenvolvidas, foi a moeda que mais caiu esta semana.
O USD/NOK começou a semana a negociar em mínimos de 10,696 para terminar a 10,925, perto do máximo de 10,969.
O EUR/NOK iniciou também a semana a negociar em mínimos a 11,690 para terminar a 11,874, depois de um máximo de 11,903.

A lira turca continuou esta semana a negociar em torno dos mínimos de sempre, depois do seu banco central ter mantido inalterada a sua taxa de juro, nos actuais máximos de 50%.
O USD/TRY negociou entre 34,10 e 34,30 e o EUR/TRY entre 36,94 e 37,53.

O peso mexicano voltou a negociar esta semana em torno dos mínimos de um ano, depois de ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de até 300% sobre carros mexicanos, levantando preocupações sobre interrupções no vital sector automóvel do México. Além disso, um relatório do FMI alertou ainda mais sobre uma economia em desaceleração, projectando que o crescimento irá desacelerar para 1,5% este ano, apesar do estímulo fiscal, juntamente com riscos de queda do crescimento norte-americano mais fraco e reformas judiciais incertas. E ainda, as minutas do Banco do México destacaram a necessidade de uma política monetária menos restritiva. Analistas apontam para uma redução de 50 pontos base durante o resto deste ano.
O peso caiu cerca de 3,2% face ao dólar, com o USD/MXN a começar a semana a negociar em mínimos de 19,25 para terminar a 19,88, recuando de um máximo acima de 20,00.
Face ao euro, o peso perdeu cerca de 2,6%, com o EUR/MXN a ficar entre um mínimo de 21,02 e um máximo de 21,73, tendo começado a semana a negociar a 21,12 e terminado a 21,60.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Depois de duas semanas em ganhos, os mercados petrolíferos voltaram de novo a negociar em perdas. O suporte dado pelo conflito no Médio Oriente que tem levado a receios de uma disrupção da oferta, caso se assista a um alargamento do mesmo, foi superado por receios de uma procura enfraquecida.
Esta semana a OPEP e a EIA reviram em baixo as previsões da procura global de petróleo, o que em conjunto dos dados na China que mostram uma desaceleração do crescimento económico, pressionaram os preços que registaram a pior semana desde o início de Setembro, com perdas em torno de 8%.

O Brent começou a semana a negociar a $77,55 por barril, registou um máximo de $78,30, para terminar a semana a $73,30, depois de ter registado um mínimo de $72,50.
O WTI começou a semana a negociar em máximos de $75,05 por barril, para terminar a $68,95, recuperando de um mínimo de $68,20.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

Foi mais uma semana de ganhos para o metal amarelo que continua a ganhar suporte nas tensões geopolíticas que se continuam a fazer sentir e ainda por um ciclo de cortes de taxas de juro, que levou esta semana a mais um corte, desta vez por parte do Banco Central Europeu. Depois de ganhos “anémicos” na passada semana, esta semana o ouro registou novos máximos históricos, pela primeira vez acima dos 2700 dólares por onça de ouro, ganhando esta semana 2,25%.

A onça de ouro começou a semana a negociar a $2649,80, perto do mínimo da semana a $2638,00, para terminar encostada ao novo máximo histórico registado esta semana a $2721,30.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



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