EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O EUR/USD volta de novo a negociar abaixo de 1,1000 e esta semana temos a decisão de taxas do Banco Central Europeu.

A Reserva Federal iniciou o seu ciclo de corte de taxas de juro em grande cortando 50 pontos base, mas o mercado desde então tem levado o dólar a valorizar e o EUR/USD em queda.
Ainda há bem pouco tempo os mercados apontavam para uma taxa de juro do dólar no final deste ano em torno de 4%, mas agora os mercados de futuros de taxas de juro descontam apenas cerca de 50 pontos de cortes até ao final do ano, tantos quanto os apontados pelos últimos dot plot do FOMC.
Relativamente ao euro, era ponto assente ainda há duas a três semanas, que o Banco Central Europeu iria cortar as suas taxas de juro em não mais do que 25 pontos base por trimestre, mas neste momento os mercados estão a descontar sucessivos cortes de 25 pontos base até ao final do ano.
Esta alteração levou a pressões sobre o euro e a suportar o dólar, o que se traduz num EUR/USD pressionado, que terminou de novo esta semana abaixo de 1,1000.

Na semana passada , os dados da inflação nos Estados Unidos acima do esperado pelos mercados, em simultâneo com os números dos pedidos de subsídio de desemprego também acima do esperado, levaram a alguma volatilidade pontual no EUR/USD que o levou a registar um máximo uns pontos abaixo de 1,1000 e a atingir um mínimo dos últimos dois meses ao negociar a 1,0900.

Esta semana iremos continuar a contar com uma série de intervenções verbais de membros da Reserva Federal, destacando-se o discurso do influente governador Christopher Waller que abrirá a semana a falar de perspectiva económica em Stanford. No geral, estas vozes deverão continuar a reiterar as recentes projecções do FOMC de dois cortes de 25 pontos em cada uma das reuniões que faltam até ao final do ano.
Relativamente a dados económicos, vendas a retalho e novos pedidos de subsídios de desemprego serão os que potencialmente poderão ter um maior impacto no dólar.

Mas as atenções irão estar focadas na reunião do Banco Central Europeu.
Christine Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu à última reunião, onde o BCE reduziu a sua taxa de juro pela segunda vez em 25 pontos base, observou que o banco central teria mais dados para digerir e novas projecções em Dezembro, dando a entender que na reunião de Outubro as taxas deveriam permanecer inalteradas. Mas também disse que o banco central iria continuar a decidir reunião a reunião e em conformidade com os dados que fossem disponibilizados.
Desde então vimos os PMIs a mostrar mais contracção no tecido empresarial da Zona Euro, tanto no sector manufactureiro como mesmo no de serviços, depois do impulso recebido por eventos como o das Olimpíadas de Paris. Por outro lado, a inflação continua a cair e veio mesmo abaixo da meta do BCE a 1,8%, sendo que a inflação subjacente ainda está nos 2,7%.
Os mais diversos membros do Conselho de Governadores do BCE, nas suas últimas intervenções, parecem na sua maioria apoiar um corte nesta semana de 25 pontos base, com a taxa de depósito a cair para os 3,25%.

Em minha opinião , com o consenso de mercado a vencer e observarmos um novo corte de taxas por parte do BCE, os mercados irão provavelmente avançar para uma narrativa de que o Banco Central Europeu possa entrar num ciclo de sucessivos cortes de taxas. A divergência das expectativas entre o FED e o BCE irão provavelmente continuar a pesar no EUR/USD, podendo levá-lo esta semana para novos mínimos dos últimos meses.
Uma decisão que mantenha inalterada a taxa do euro irá certamente levar o EUR/USD de volta acima de 1,1000 e manter o par no intervalo abaixo de 1,1200, máximos do ano e dos últimos meses.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD quebrou esta semana o intervalo de 1,1000/1,1200 que vinha a manter de uma maneira geral desde há dois meses, registando um mínimo a 1,0900, o que não acontecia desde o início do mês de Agosto.

No gráfico semanal, tanto o RSI como o MACD mostram agora uma falta de momentum no par.

O quebrar do padrão de consolidação dado pelo intervalo 1,1000/1,1200 poderá abrir espaço a uma correcção no par, com o início de uma nova tendência descendente que o pode levar a ter um primeiro objectivo de médio-prazo num teste à linha de tendência ascendente de há um ano, de momento em torno de 1,0750.
Pelo meio irá encontrar suporte na área dada pela Nuvem de Ichimoku semanal, de momento entre 1,0812 e 1,0862.

Uma nova inversão do movimento registado na semana que terminou, voltando acima do nível psicológico 1,1000, irá encontrar de novo forte resistência em torno dos máximos do ano a 1,1214.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD continuou a negociar na tendência descendente iniciada nas últimas semanas, registando um novo mínimo a 1,0900, tendo terminado a semana a 1,0933, recuando desse mínimo.

O RSI e o MACD continuam a mostrar um momentum negativo no EUR/USD, com o RSI bem abaixo da linha de 50, mas longe de área de sobrevenda e o MACD a continuar com a linha de MACD a afastar-se da linha de Sinal.

No gráfico diário do EUR/USD o double top já anteriormente identificado continua a mostrar o preço a ir na direcção da projecção do objectivo técnico em torno de 1,0800.

A confirmação do break abaixo de 1,1000 da semana anterior e com o EUR/USD a manter-se abaixo da Nuvem de Ichimoku diária, está a colocar ao alcance o suporte dado pela média móvel dos 200 dias, de momento a 1,0880. O break deste suporte irá expor o tal objectivo técnico de 1,0800, com um suporte a 1,0777, dado pelo mínimo de Agosto .

Uma inversão da actual tendência descendente, irá encontrar uma primeira área de resistência 1,0989/1,1001 (SenkouB diário e neck line do double top indicado acima). O ultrapassar desta área não invalida o cenário bearish do par, que poderá ainda testar a resistência a 1,1020 (38,2% Fibonacci Retracement do movimento 1,1214/1,0900, máximo do ano/mínimo da semana passada). Já o break desta resistência, irá colocar em causa esse cenário bearish, com o par a poder voltar para a área de consolidação alargada entre 1,1000 e 1,1200.


Resistências - Suportes

1,0989 - 1,0880

1,1020 - 1,0777

1,1072 - 1,0666


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