Semana Revista
Olá Setembro!

Semana Revista Olá Setembro!

Tal como aconteceu no passado mês de Agosto, o mês de Setembro começou também em modo de aversão ao risco, com os mercados accionistas a caírem e os mercados obrigacionistas a subir.

Foi uma semana em que vimos os níveis de volatilidade a aumentar, ainda assim bem abaixo dos níveis que observamos no princípio de Agosto, em torno do mesmo indicador económico, o dos nonfarm payrolls. O tema da semana foi sempre o do tamanho e rito de cortes de taxas de juro do Fed.




Depois das palavras de Jerome Powell em Jackson Hole, as atenções voltavam-se para os dados do emprego. Numa semana em que tivemos uma sucessão de indicadores com implicação no emprego, estavam semeadas as razões para registarmos uma semana de volatilidade adicional em todas as frentes.
As yields obrigacionistas andaram ao sabor da interpretação dos diversos dados divulgados.
Logo no início da semana, o ISM manufactureiro deu o pontapé de saída quando, após uma leitura acima da anterior, mas abaixo das estimativas, acabou por despoletar um onda de aversão ao risco, com as obrigações em alta e as yields a afundarem, quando o mercado olhava para os itens das encomendas ou da produção que mostravam dificuldades no sector e declinavam os do emprego ou dos preços pagos que apontavam para um mercado de trabalho melhor do que o temido.
O mesmo sucedeu com os dados das vagas de emprego abaixo do esperado e das ordens às fábricas, acima do estimado.

O mercado estava ansioso pelos dados do emprego que iriam ser divulgados no último dia da semana e que poderiam cimentar a probabilidade de um primeiro corte por parte do Fed de 50 pontos base já no dia 18, ou por outro lado, afastar de vez esse cenário, confirmando antes o corte de 25 pontos base, há muito descontado pelo mercado.
O número que saiu acabou por não dar nem uma coisa nem outra. Os 142 mil postos de trabalho criados poderiam até cimentar um possível corte de 25 pontos, tanto mais que a taxa de desemprego caiu de 4,3% para 4,2%, mas a revisão do mês anterior de 114 mil para 89 mil, mantém em dúvida os mercados.




A FedWatch Tool da CME terminou a semana a dar uma probabilidade de 30% para um corte de 50 pontos na próxima reunião, depois de durante o último dia da semana, essa probabilidade ter chegado aos 47%, enquanto mostra agora um mercado a esperar por 125 pontos de corte até ao final do ano, contra 100 pontos no início da semana.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos, os mercados aguardavam com expectativa os dados do mercado de trabalho a divulgar no último dia da semana, depois das palavras de Powell em Jackson Hole lhes darem um especial ênfase, relativamente a uma decisão de taxas por parte do Fed na sua próxima reunião.
Os números dos nonfarm payrolls saíram ligeiramente abaixo das previsões, com a economia norte-americana a criar 142 mil postos de trabalho em Agosto, face a 163 mil previstos, mas bem acima dos 89 mil, revistos em baixo, do mês anterior. A taxa de desemprego saiu em linha com as estimativas do mercado, caindo de 4,3% para 4,2%. Os ganhos médios/hora subiram 0,4% no mês de Agosto, acima dos 0,3% estimados pelo mercado e acelerando dos 0,2% do mês de Julho, tendo subido em termos anuais de 3,6% para 3,8%.
Mas, até chegarmos aos números do mercado de trabalho, foi uma semana bastante preenchida de indicadores económicos.
Logo no início da semana, na terça-feira, já que os mercados norte-americanos estiveram encerrados na segunda-feira em feriado, tivemos os importantes dados da actividade manufactureira. O índice PMI da S&P Global foi revisto ligeiramente em baixo, da leitura preliminar a 48, para 47,9. Os olhos estavam colocados no índice industrial do ISM que mostrou uma subida de 46,8 para 47,2, ficando aquém dos 47,5 esperados pelo mercado. Os detalhes foram mistos, com o subíndice das novas encomendas a mostrar uma queda de 47,4 para 44,6 e o da produção de 45,9 para 44,8. Enquanto o do emprego subiu de 43,4 para 46, continuando em contracção, e o dos preços de 52,9 para 54. Tivemos ainda o índice de optimismo económico RCM/TIPP que subiu de 44,5 para 46,1, bem acima dos 45 estimados pelo mercado.
Na quarta-feira as atenções foram especialmente para os dados das vagas de emprego do JOLTS, que desiludiram os mercados. Os números mostraram 7,67 milhões de novas vagas de emprego, bem abaixo das 8,09 milhões estimadas pelo mercado e depois de um número revisto em baixo do mês anterior de 8,18 milhões para 7,91 milhões de vagas. Foi a leitura mais baixa desde Maio de 2021, com o rácio de vagas de emprego por desempregados a cair para 1,07, abaixo dos níveis usuais de 2019, antes da pandemia. A balança comercial mostrou um aumento do défice comercial de Julho para 78,8 mil milhões de dólares, o maior desde Junho de 2022. Já as encomendas às fábricas surpreenderam positivamente, recuperando da queda de 3,3% do mês anterior, aumentando 5% em Julho.
Na quinta-feira tivemos os dados privados do emprego norte-americano que mostraram um aumento de 99 mil novos postos de trabalho, o menor desde Janeiro de 2021, com o número do mês anterior a ser revisto em baixo para 111 mil, e a ficar bem abaixo dos 140 mil estimados pelo mercado. Já o número semanal de novos pedidos de subsídio de desemprego continua a baixar, desta vez para 227 mil. As atenções estavam especialmente voltadas para os dados da actividade de serviços. O índice da S&P Global foi surpreendentemente revisto em alta, da leitura preliminar de 55,2 para 55,7, no maior crescimento do sector desde Março. O índice ISM PMI de serviços mostrou uma subida de 51,4 para 51,5, em linha com as estimativas do mercado.

Na Zona do Euro tivemos uma semana mais tranquila. O índice de actividade industrial foi revisto em alta de 45,6 para 45,8, enquanto o PMI de serviços foi revisto em baixo, de 53,3 para 52,9, ambos a contrariar as estimativas do mercado que não apontavam qualquer afastamento das leituras preliminares.
Os números do PIB também sofreram uma revisão das estimativas iniciais de 0,3%, mostrando um crescimento económico de 0,2%.
O Índice de Preços do Produtor mostrou o maior aumento desde Dezembro de 2022. Os preços aumentaram 0,8% no mês de Julho, acelerando do aumento do mês anterior, revisto em alta, de 0,6%, superando largamente a estimativa do mercado de 0,3%.
As vendas a retalho, em Julho, aumentaram 0,1%, em linha com as estimativas, recuperando ligeiramente a queda revista em baixo do mês anterior de 0,4%.
As encomendas às fábricas na Alemanha surpreenderam os mercados ao mostrarem um aumento de 2,9% em Julho, contrariando as previsões que apontavam para uma queda de 0,5%, desacelerando de um aumento do mês anterior, revisto em alta, de 4,6%.
Já os dados da produção industrial desiludiram os mercados, caindo na Alemanha 2,4%, bem mais do que a queda estimada de 0,4% e depois do crescimento revisto em alta de 1,7% no mês anterior. A produção industrial francesa também mostrou contracção, caindo 0,5%, desiludindo os mercados que esperavam um aumento dos 0,8% do mês anterior para 1%.
Em França a balança comercial mostrou um défice de 5,9 mil milhões de euros, abaixo dos 6,1 mil milhões estimados pelo mercado, e na Alemanha, o excedente comercial diminuiu de 20,4 mil milhões de euros para 16,8 mil milhões, contrariando as estimativas que apontavam para 22 mil milhões de euros.
Em Itália, as vendas a retalho mais do que recuperaram da queda de 0,2% no mês anterior, ao subirem 0,5%, acima das previsões de 0,3%.

No Reino Unido tivemos também uma semana bastante leve de indicadores económicos. A leitura final do índice PMI manufactureiro confirmou a leitura preliminar, enquanto o de serviços foi revisto em alta de 53,3 para 53,7.
Tivemos o PMI da construção que mostrou uma queda maior do que a estimada pelo mercado, de 55,3 para 53,6, face a 54,6 estimados.
As vendas a retalho, segundo os dados do British Retail Consortium, aumentaram 0,8%, acelerando dos 0,3% do mês anterior.
Por fim, o índice de preços das casas do Halifax subiu em Julho 0,3%, desacelerando da subida de 0,9%, revista em alta do mês de Junho, com a medida anual a mostrar um aumento de 4,3%, depois do aumento de 2,4% no mês anterior.

No Canadá, as atenções centraram-se também nos dados do mercado de trabalho. O número líquido de postos de trabalho criados em Agosto pela economia canadiana foi de 22,1 mil, recuperando da queda registada no mês anterior de 2,8 mil, ficando abaixo das estimativas que apontavam para 25,6 mil empregos. A taxa de desemprego aumentou de 6,4% para 6,6%, mais do que o aumento estimado para 6,5%. É a taxa de desemprego mais elevada desde Outubro de 2021.
O índice Ivey PMI caiu mais do que o esperado de 57,6 para 48,2 (face a 55,3 previstos), a primeira contracção registada nos últimos doze meses.
Tivemos também o PMI manufactureiro da S&P Global que subiu de 47,8 para 49,5, acima das estimativas de 48,5, mas continuando em contracção, e ainda os números da balança comercial que mostraram um excedente de 680 milhões de dólares canadianos, depois do défice revisto em baixo de 180 milhões de dólares canadianos.

Na Suíça tivemos uma semana com uma boa mão cheia de indicadores económicos.
Começamos com a divulgação dos dados das vendas a retalho do mês de Julho que surpreenderam os mercados ao subirem 1,4%, recuperando a queda de 0,3%, revista em baixo, do mês anterior, com a medida anual a subir 2,7% recuperando da queda anual anterior, também revista em baixo, de 2,6%.
Tivemos o índice PMI manufactureiro que subiu de 43,5 para 49,0, superando largamente a previsão de um aumento para 43,7.
Os mercados estavam especialmente atentos aos dados da inflação que mostraram uma queda, em termos anuais, dos 1,3% do mês anterior, para 1,1%, abaixo dos 1,2% estimados pelo mercado. Em termos mensais os preços mantiveram-se estáveis, contra estimativas de uma subida de 0,1%.
Tivemos também os números do PIB do segundo trimestre deste ano que mostraram um crescimento económico trimestral de 0,7%, acima dos 0,5% do trimestre anterior e da estimativa do mercado, com a medida anual a subir de 0,6% para 1,8%, duplicando o crescimento previsto de 0,9%.
A taxa de desemprego subiu de 2,3% para 2,4%. O indicador de confiança económica SECO caiu de -32,4 para -34,6, mais do que o apontado pelas estimativas do mercado de -33, e o Banco Nacional da Suíça mostrou, de novo, uma ligeira queda nas reservas de moeda estrangeira de 703,5 mil milhões de francos suíços, para 693,8 mil milhões.

Na China , depois dos PMI oficiais da semana passada, tivemos os dados da Caixin que mostraram um aumento no índice industrial de 49,8 para 50,4, acima das estimativas do mercado que apontava para 50. Já o PMI de serviços desiludiu as estimativas do mercado, caindo de 52,1 para 51,6, contrariando as previsões de estabilização a 52,1.

No Japão tivemos também uma semana ligeira de dados económicos. O índice PMI manufactureiro do Jibun Bank foi revisto em alta de 49,5 para 49,8. O rendimento médio aumentou 3,6% em Julho, desacelerando dos 4,5% do mês anterior, enquanto a medida preferida do Banco do Japão para o crescimento salarial subiu em Julho 4,8%, abaixo dos 5,1% no mês anterior, mas bem acima das estimativas de 3,2%.
A despesa das famílias subiu apenas 0,1%, contra estimativas que apontavam para um aumento de 1,2%, registando uma ligeira recuperação da queda de 1,4% do mês anterior.

Na Austrália foi uma semana bem preenchida de indicadores económicos, onde o mercado esteve especialmente atento aos dados do PIB do segundo trimestre, que mostrou um crescimento trimestral de 0,2%, com a medida anual a ficar nos 1%, caindo dos 1,3%, revistos em alta, do trimestre anterior.
Tivemos os números da balança comercial que mostraram um aumento do excedente comercial de 5,43 mil milhões de dólares australianos do mês anterior, revisto em baixo, para 6,01 mil milhões, acima das estimativas que apontavam para 5,15 mil milhões de dólares australianos. Foi o maior excedente comercial desde Fevereiro, com as exportações a crescerem e as importações a caírem.
Os lucros empresariais registaram uma queda trimestral de 5,3% no segundo trimestre, desiludindo os mercados que esperavam por uma queda de 0,6% e acelerando a queda do trimestre anterior de 2,5%.
As licenças de construção superaram as estimativas do mercado ao aumentarem 10,4%, mais do que recuperando a queda de 6,4% no mês anterior e bem acima do aumento esperado de 2,4%.
Os números dos empréstimos para investimento imobiliário aceleraram de 2,7% do mês de Junho para 5,4% em Julho, bem acima dos 2,3% previstos pelo mercado, tal como os empréstimos para compra de habitação que aumentaram 2,9%, bem acima dos 1% estimados e do mês anterior, revisto em alta.
Tivemos ainda os dados das vagas de emprego do ANZ, que mostraram uma queda de 2,1%, maior do que aquela estimada pelo mercado de 1,5%, depois da redução revista em baixo do mês anterior de 2,7%.


Os Bancos Centrais



O Banco do Canadá
Tal como esperado pelo mercado, o banco central canadiano voltou a cortar a sua taxa de juro directora. Foi o terceiro corte consecutivo, reduzindo a taxa de 4,50% para 4,25%.
As palavras do Governador Tiff Macklem na conferência de imprensa foram de novo dovish, destacando uma mudança no foco do banco central para uma economia gradualmente mais fraca e por isso maior pressão sobre a inflação. O Banco do Canadá reiterou que é “razoável esperar mais cortes”, desde que as expectativas do arrefecimento económico e da inflação sejam confirmadas pelos dados.
Após a reunião, os dados do emprego reiteraram a fragilidade do mercado de trabalho, apontando para a continuação de cortes de taxas de juro.

O Banco Nacional da Polónia
O banco central polaco manteve esta semana a sua taxa de referência inalterada pela décima reunião consecutiva em 5,75%, em linha com as expectativas do mercado. A Lombard rate e as taxas de depósito foram também mantidos em 6,25% e 5,25%, respectivamente.


Mercados accionistas



O mês de Setembro é amplamente considerado como um dos piores meses para os mercados accionistas, baseado em dados que recuam até meio do século passado.
Este ano, a primeira semana de negociação faz jus a essa fama, com os mercados globalmente a registarem fortes perdas.
Os receios renovados de uma contracção na economia a nível global, com os mercados especialmente focados esta semana nos Estados Unidos, superaram largamente a crescente estimativa dos mercados relativamente a cortes de taxas de juro por parte do Fed. Os investidores correram para os mercados obrigacionistas, levando-os para máximos, enquanto as respectivas yields caíam para mínimos, numa típica reacção de aversão ao risco, com este movimento a estender-se da Ásia aos Estados Unidos.

Na Ásia, os mercados nipónicos lideraram as perdas, pressionados por um iene mais forte e ainda por expectativas crescentes de subida de taxas de juro por parte do Banco do Japão. O índice Nikkei afundou esta semana 5,76% e o Topix 4,25%.
Na Austrália, o índice ASX 200 foi o que menos perdeu esta semana, recuando 0,97%.
Já na Coreia do Sul, o índice Kospi foi dos que mais perdeu, afundando 4,86% na semana.
Na China, o índice CSI300 perdeu 2,71%, o Shanghai Composite 2,69% e o Hang Seng, de Hong Kong, 3,03%.
Na Índia, o índice Nifty 50 perdeu 1,52%.

Foi igualmente uma semana de perdas generalizadas na Europa.
O índice Euro Stoxx 600 caiu 3,52%, enquanto o Euro Stoxx 50 liderou as perdas ao afundar 4,40%.
Na Alemanha, o índice DAX perdeu 3,31% e o CAC 40, de França, 3,65%, enquanto o mercado britânico foi o que menos caiu, com o índice FTSE 100 a recuar 2,33%.
Já o PSI conseguiu melhor desempenho do que os seus pares europeus, ao recuar 0,61%.

Nos Estados Unidos, com a volatilidade a disparar durante esta semana, os principais índices registaram as maiores perdas a nível global.
O índice Dow Jones foi o que conseguiu um desempenho menos mau, caindo 2,93%. Já o S&P 500 caiu 4,25% e o Nasdaq afundou 5,76%. O índice de pequenas empresas Russell 2000 foi o que registou maiores perdas, caindo 5,79%.

Se quisermos ver subidas temos de nos virar para os índices de volatilidade.
O VSTOXX Eur 50 ganhou esta semana cerca de 30% e o VIX do S&P 500 cerca de 50%, ainda assim ficando bem aquém dos máximos registados logo no início do mês de Agosto.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



O mercado cambial foi também impactado pelo sentimento de aversão ao risco que se fez sentir durante toda esta semana, onde vimos os activos de refúgio a ser preferidos relativamente aos restantes, o mesmo acontecendo com as várias divisas.

O dólar norte-americano, apesar do aumento das expectativas de cortes de taxas de juro por parte da Fed, com as probabilidades, a momentos terem chegado a 50% para um corte de 50 pontos já na próxima reunião, e com o apoio das yields obrigacionistas a desaparecer, com as mesmas a afundarem para mínimos, conseguiu terminar a semana com uma perda de 0,53%, devido ao seu papel de moeda de refúgio.
O índice DXY começou a semana a negociar em torno de máximos a 101,70 para terminar a 101,15, recuperando do mínimo registado a 100,50.

O EUR/USD registou uma semana de volatilidade acrescida, com o preço a ser impactado pelos diversos indicadores económicos que foram sendo divulgados, na sua grande maioria nos Estados Unidos, que levavam os mercados obrigacionistas a negociar entre ganhos e perdas, impactando ora positivamente, ora negativamente o EUR/USD.
A volatilidade foi especialmente elevada no último dia da semana, com os dados do emprego a darem sinais inconclusivos ao mercado. O número dos nonfarm payrolls saiu abaixo das estimativas do mercado, podendo apontar para a possibilidade de um corte de 50 pontos base, mas a taxa de desemprego a cair para 4,2%, arrefeceu esse sentimento do mercado.
O preço que começou a semana a negociar a 1,1047, terminou a 1,1085, depois de ter registado um mínimo a 1,1027 e um máximo de 1,1156.

A libra acabou também por terminar a semana pressionada pelo aumento de volatilidade nos mercados financeiros, recuando ligeiramente dos ganhos que tinha vindo a registar durante as últimas semanas.
O GBP/USD acabou a semana a negociar a 1,3126, em torno dos níveis de abertura de 1,3122, depois de ter atingido um máximo a 1,3238 e um mínimo de 1,3087.
O EUR/GBP, ao fim de três semanas consecutivas de queda, terminou esta semana em ganhos, com o preço a terminar a negociar a 0,8442, depois de ter começado a semana a 0,8412.

O iene japonês foi o grande ganhador desta semana. Caso não bastasse o seu papel de moeda de refúgio para lhe dar o impulso ganhador, declarações de vários responsáveis do Banco do Japão deram sinais de que o banco central poderá subir taxas de juro mais rapidamente do que o mercado tem vindo a descontar. Ainda a ajudar este sentimento, os dados do crescimento salarial estarão a justificar essa oratória por parte dos responsáveis do banco central, impulsionando ainda mais a sua divisa.
O USD/JPY começou a semana a negociar a 146,18, chegou a atingir um máximo de 147,21, para terminar a 142,29, perto do mínimo da semana de 141,78.
O EUR/JPY terminou também a semana em torno de mínimos a 157,76, depois de a ter começado a 161,43 e ter registado um máximo de 162,89.

O franco suíço beneficiou também esta semana do seu papel de porto seguro para negociar em ganhos e terminar em valorizações. Os dados da inflação abaixo do estimado ainda o levaram a negociar momentaneamente em perdas, para rapidamente recuperar depois dos dados do crescimento económico terem-se mostrado acima das previsões.
O USD/CHF ficou confinado entre um máximo de 0,8538 e um mínimo de 0,8376, depois de ter começado a semana a negociar a 0,8498 e a terminar a 0,8431.
O EUR/CHF terminou a semana a 0,9346, encostado ao mínimo da semana de 0,9337, depois de ter começado a semana a negociar a 0,9387 e ter atingido um máximo de 0,9446.

O dólar canadiano registou perdas significativas esta semana, depois de dados do trabalho mais fracos do que o esperado, darem boas razões para que o seu banco central continue o seu ciclo de cortes de taxas de juro. Isto depois de, dois dias antes, o Banco do Canadá ter cortado pela terceira vez consecutiva a sua taxa de juro.
O USD/CAD começou a semana a negociar a 1,3489 e chegou a atingir um mínimo de 1,3466, para terminar a semana em torno de máximos a 1,3575.
O EUR/CAD começou a semana em torno de mínimos a 1,4905, para terminar em torno de máximos a 1,5045.

A coroa norueguesa voltou esta semana a negociar em fortes perdas, com a moeda pressionada pela alta volatilidade dos mercados accionistas e ainda pelas perdas significativas dos preços do petróleo.
O USD/NOK continuou a tendência em alta da semana anterior, começando esta semana a negociar a 10,66, chegou a negociar num mínimo de 10,56, para terminar a 10,71.
O EUR/NOK começou a semana a negociar em mínimos de 11,69, para terminar encostados aos máximos de 11,90.

O dólar australiano foi a divisa que mais perdeu esta semana, pressionada pela volatilidade do mercado e pela aversão ao risco nos mercados financeiros.
O AUD/USD começou a semana a negociar a 0,6773 e chegou a atingir um máximo de 0,6795, para terminar a semana em torno de mínimos a 0,6660.
O EUR/AUD terminou a semana encostado a máximos a 1,6620, depois de ter começado a semana a negociar a 1,6331 e ter chegado a atingir um mínimo de 1,6235.

A volatilidade elevada e a aversão ao risco pressionou também as moedas emergentes e mais uma vez a que registou maiores perdas foi o peso mexicano.
O USD/MXN começou a semana a negociar perto de mínimos a 19,73 para terminar a 19,98, depois de registado um máximo de 20,15, nível que não era atingido desde Outubro de 2022.
O EUR/MXN registou um máximo de 22,40, nível que não se registava desde Março de 2022, depois de ter começado a semana em torno de mínimos a 21,75, para terminar a negociar a 22,15.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Os mercados petrolíferos registaram a pior semana em quase um ano. O Brent perdeu cerca de 9% e o WTI 7,3%, tendo de recuar até Outubro de 2023 para termos uma semana com um desempenho mais negativo que esta primeira semana de Setembro. Mesmo com fortes reduções nos inventários de crude norte-americano e com os países do OPEP+ a adiar o seu programado aumento na produção já para o mês de Outubro, os preços do petróleo registaram fortes perdas, em receios renovados de contracções económicas, principalmente entre os principais consumidores do petróleo, a China e os Estados Unidos, com os preços a registarem novos mínimos deste ano.

O Brent começou a semana a negociar a $76,35 por barril, tendo ainda registado um máximo de $77,65, mas terminou a semana a negociar a $71,55, encostado ao mínimo de $70,62, nível que não se registava desde Março de 2023.
O WTI também registou um novo mínimo do ano ao negociar a $67,17 por barril, depois de ter começado a semana em torno de máximos da mesma a $73,60 e de ter terminado a $68,20.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

Desta vez o ouro não beneficiou nem do seu papel de activo de refúgio, nem tão pouco da forte queda das yields obrigacionistas, tendo-se mantido em torno dos recentes máximos, numa semana em que se manteve praticamente inalterado dos níveis de abertura.

O preço da onça de ouro começou a semana a negociar ligeiramente acima dos $2500 (a $2503,00), para terminar ligeiramente abaixo (a $2496,00), tendo ficado confinado num intervalo apertado entre $2472 e $2529).

Gráfico Fonte XTB xStation 5



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